Punir uma criança que faz xixi na cama, infelizmente, ainda é uma atitude frequente no Brasil. Um estudo realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) aponta que palavras ofensivas e humilhações são constantes na vida de quem sofre com a enurese. Outra pesquisa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mostra que metade dos pequenos que acordam com a cama molhada é castigada com agressões físicas.
— A punição, além de não resolver, tende a atrapalhar, porque gera um estado maior de ansiedade para algo que a criança não tem nenhum controle. A ansiedade tende a piorar a enurese — alerta Atila Victal Rondon, coordenador-geral do Departamento de Uropediatria da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
De acordo com o especialista, considera-se que uma criança sofre de enurese quando ela tem mais de 5 anos de idade e escapes noturnos uma ou duas vezes por semana durante, pelo menos, três meses. Segundo a SBU, este problema afeta cerca de 15% das crianças brasileiras.
— Quem sofre de enurese precisa ser atendido por profissional especializado. O xixi na cama é uma realidade, mas ainda continua sendo tratado como se fosse um grande segredo de família — afirma Cacilda Andrade de Sá, coordenadora do serviço de Psicologia do Ambulatório de Enurese do Hospital Universitário da UFJF.
Problema pode passar dos pais para os filhos
Uma das possíveis explicações para a ocorrência da enurese é a soma de três fatores: contração involuntária da bexiga durante a noite, produção excessiva de urina durante o período noturno e dificuldade para acordar. Apesar de nenhum gene ter sido relacionado ao problema ainda, sabe-se que se o pai ou a mãe sofreu com isso na infância, o filho tem 44% de chances de também apresentar o quadro. Caso os dois tenham tido o transtorno, esta probabilidade sobe para 77%.
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Redação iBahia
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