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SAÚDE

Alcoolismo é doença: veja sinais que indicam abuso e dependência

O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo

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Redação iBahia

23/02/2020 às 11:33 • Atualizada em 31/08/2022 às 20:13 - há XX semanas
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Embora aceito pela sociedade quando o uso é sociável, a bebida alcoólica pode oferecer uma série de perigos, principalmente quando se instala o alcoolismo, caracterizado pelo consumo compulsivo e progressivo, tornando o usuário tolerante à intoxicação produzida pelo álcool, e desenvolvendo sinais e sintomas de abstinência. O alcoolismo é considerado doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando a consequências irreversíveis, com prejuízos não apenas para a própria vida, mas impactando no ambiente familiar, e na vida profissional e social. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, 17,9% da população adulta faz uso abusivo de bebida alcoólica.

Foto: Revista ABM


Fatores como ansiedade, angústia, insegurança, fácil acesso às bebidas e condições culturais estão associados à dependência, que é muito comum começar na adolescência, período em que se iniciam as reuniões sociais e a oferta de bebidas alcoólicas. No Brasil, segundo dados da OMS, o consumo de bebida alcoólica por brasileiros acima de 15 anos está em ritmo acelerado desde 2006, com aumento de 43,5%.

O álcool encontrado nas bebidas é o etanol, uma substância resultante da fermentação de elementos naturais. Quando ingerido, o etanol é digerido no estômago, absorvido no intestino e, pela corrente sanguínea suas moléculas são levadas ao cérebro.

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Uso, abuso e dependência
A dependência do álcool afeta uma pequena, mas significativa, proporção da população adulta em muitos países (cerca de 3 a 5%), mas o abuso e uso arriscado do álcool, geralmente afetam grande parte da população (15 a 40%).

O uso refere-se a qualquer ingestão de álcool. A OMS usa o termo baixo risco de uso de álcool, para se referir à ingestão de álcool que geralmente não resulta em problemas relacionados à bebida.

O abuso de álcool é um termo geral para qualquer nível de risco, desde a ingestão aumentada até a dependência do álcool. O abuso de álcool pode produzir danos físicos ou mentais à saúde, mesmo na ausência de dependência.

Já a dependência do álcool é uma síndrome que consiste em sintomas relacionados ao funcionamento mental, comportamental e psicológico. O diagnóstico da dependência do álcool dever ser feito se as seguintes situações foram experimentadas ou exibidas durante um período de 12 meses:

  • Forte desejo ou compulsão para beber
  • Dificuldades em controlar a ingestão de álcool, em relação ao seu início, término, ou quantidade
  • Alteração psicológica quando o uso de álcool é cessado ou reduzido, ou utilizar-se do álcool para aliviar ou evitar sintomas de alterações psicológicas
  • Evidência de tolerância, como doses cada vez maiores, para atingir os mesmos efeitos causados pelas doses menores anteriores
  • Quando o uso de bebida alcoólica interfere na perda progressiva de interesse por atividades antes realizadas ou por outras fontes de prazer
  • Persistência no consumo de álcool mesmo em situações em que o consumo é contraindicado, ou apesar de provas evidentes de prejuízos, como lesões, infecções e danos ao organismo.


Em longo prazo, o álcool prejudica todos os órgãos e pode causar:

  • No estômago: gastrite e úlcera
  • No fígado: hepatite alcoólica, cirrose e acúmulo de gordura
  • No pâncreas: pancreatite
  • Nos nervos: neurite, diminuição da sensibilidade e da força muscular nas pernas
  • Hipertensão
  • Aterosclerose
  • Acidentes Vasculares
  • Demência
  • Psicose
  • Depressão


O abuso de álcool também afeta a percepção, a reação e os reflexos aumentando o risco de acidentes no trânsito e no trabalho, além de comportamentos antissociais, violência doméstica e ruptura de relacionamentos.

Tratamento
A primeira decisão é reconhecer que precisa de ajuda, e pedir ajuda. Isso nem sempre é fácil porque o alcoólatra tem dificuldade em reconhecer que está dependente. Nesse momento, a solidariedade de amigos e familiares é essencial.

A natureza do tratamento depende do grau de dependência e dos recursos disponíveis. Os tratamentos podem ser feitos em hospitais, em casa ou em consultas ambulatoriais. O envolvimento e apoio da família são essenciais para a recuperação. Muitos programas oferecem aconselhamento conjugal e terapia familiar como parte do processo de tratamento.

Foto: Revista ABM


O tratamento pode incluir:

  • A desintoxicação (processo de retirar o álcool com segurança)
  • O uso de medicamentos para diminuir a compulsão pelo álcool
  • Aconselhamento, para ajudar a identificar situações e sentimentos que levam à necessidade de beber, além de construir novas maneiras de lidar com essas situações


Alcoólicos Anônimos
Quase todos os programas de tratamento do alcoolismo também incluem encontros de Alcoólicos Anônimos (AA). Enquanto o AA é geralmente reconhecido como um programa eficiente de ajuda mútua para recuperar dependentes de álcool, nem todas as pessoas respondem positivamente ao estilo e mensagens do AA, e outras abordagens podem estar disponíveis.

Alcoolismo não tem cura
Embora o alcoolismo seja uma doença tratável, ainda não há cura. Isto significa que, mesmo que um dependente de álcool esteja sóbrio por muito tempo, ele é suscetível a recaídas. Por isso deve-se evitar qualquer bebida alcoólica, em qualquer quantidade. Reduzir o consumo pode até diminuir ou retardar problemas, mas não é suficiente: a abstinência é necessária para que a recuperação seja bem-sucedida.

Recaídas são muito comuns. Mas isso não significa que a pessoa fracassou ou não irá se recuperar do alcoolismo. No caso de uma recaída, é muito importante retomar o foco no objetivo e manter o apoio necessário para não voltar a beber.

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