Todo os anos, 1º de dezembro é lembrado como o Dia da Luta Contra a AIDS. A data surgiu em 1987, durante a Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, a campanha começou a ser adotada no ano seguinte, em 1988.
Desde então, muitos avanços surgiram no combate à doença, mas, infelizmente, o preconceito e discriminação ainda são as maiores barreiras na luta contra o vírus. De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, mais de um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil. Somente em 2022 houve o registro de mais de 16,7 mil casos de infecção.
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Já se passaram mais de 40 anos desde a epidemia da AIDS, quando, na época, era chamada por muitos de “câncer gay”. Mas até os dias atuais, a doença ainda é associada exclusivamente à comunidade LGBTQIAP+. Em entrevista à coluna Fervo das Cores, do portal iBahia, o médico infectologista Victor Castro frisou que a estigmatização dificulta a prevenção e o combate ao vírus.
“Importante destacarmos que qualquer pessoa pode se infectar com o HIV, independente do sexo biológico, da identidade de gênero, orientação sexual, idade. Então, ao contrário do que muitas pessoas pensam, ela não é uma doença exclusiva da comunidade LGBTQIAP+. É imprescindível frisarmos isso, principalmente porque é uma forma de nós desestigmatizarmos a doença. Infelizmente, a infecção pelo HIV é muito associada a essa comunidade”, disse.
Apesar de o assunto ser pauta de diversas formas na sociedade, ainda há muitas dúvidas acerca da diferenciação entre HIV e AIDS.
Qual a diferença entre HIV e AIDS?
O HIV (human immunodeficiency virus) é o vírus que ataca o sistema imunológico e deixa o organismo sem defesa contra outras infecções, provocando a imunodeficiência humana.
Caso não seja controlado, o vírus se multiplica e vai tornando o sistema imunológico incapaz, permitindo o desenvolvimento de outras doenças, chamadas de oportunistas. E é quando isso acontece que a pessoa desenvolve a AIDS.
O especialista afirmou que “existe um tempo da infecção pelo HIV e a evolução para a AIDS”. “A gente pode dizer, por exemplo, que a AIDS é o estágio final da infecção pelo vírus. Leva um tempo para essa imunidade cair, para a pessoa se tornar imunodeprimida. Então, ela pode ter a infecção pelo HIV, sem necessariamente ter AIDS”, complementou.
Por isso, é importante reforçar que o diagnóstico precoce da infecção é fundamental. “Quanto mais cedo diagnosticamos, antes da fase AIDS, melhor o prognóstico dessas pessoas. Ou seja, o paciente tem menos risco de ter a doença e pode ter uma melhor qualidade de vida”.
Estratégia de prevenção
Para evitar a infecção do HIV, a forma mais eficiente é a prevenção. Durante muito tempo, o uso de preservativo era a recomendação mais sugerida. Mas, segundo o Drº Castro, os especialistas “têm um mantra que é ‘A prevenção combinada contra o HIV’”.
“Realmente usar preservativo é uma estratégia muito importante para evitar a transmissão do HIV, mas hoje dispomos de outras formas que são igualmente relevantes. Uma delas é nós testarmos, rotineiramente, as pessoas sexualmente ativas, principalmente aquelas que têm maiores riscos de adquirir DSTs. Ao tratar a pessoa com HIV e controlar a infecção, ela deixa de transmitir. E essa é outra estratégia de prevenção”, afirmou.
Além disso, há outras formas que são bastante eficazes: utilização de seringas e agulhas descartáveis e o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais, bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão.
O especialista também fez um alerta: “Uma das formas que precisamos ficar atentos é a transmissão vertical. Ou seja, ela pode ser transmitida de mãe para filho, durante a amamentação, a gestação ou até mesmo durante o parto. Portanto, a realização da testagem das gestantes para HIV é recomendada durante o pré-natal”.
Mitos sobre o HIV
Existem muitos mitos sobre o HIV, principalmente relacionados à transmissão, e o infectologista destacou alguns deles:
- Contato pele a pele - beijo, aperto de mão, abraço - não transmite o vírus;
- Contato com a saliva - beijo no rosto, na boca – não transmite o vírus;
- Contato com roupa, toalhas, utensílios domésticos - não transmite o vírus.
A principal forma de transmissão é o contato com sangue e alguns fluídos, como os da região genital. Ela também pode ocorrer por meio de líquidos específicos do corpo, a exemplo do pleural/pericárdico, o que geralmente acontece em ambiente hospitalar.
Importante buscar informação acerca do HIV
Em bate-papo recente na Live Fervo das Cores, através do Instagram do portal iBahia, o influenciador Eduardo Santos, diagnosticado com o vírus há três anos, falou sobre como foi descobrir a infecção e contou como ele utilizou da experiência para produzir conteúdo na internet acerca do assunto.
Confira o bate-papo:
Elson Barbosa
Elson Barbosa
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