Para a maioria dos brasileiros, a decisão de mudar de vida e sair do Brasil passa pelo sonho de prosperar. O desafio, no entanto, não é fácil. O roteiro, para muitos imigrantes, inclui “fazer de tudo um pouco”. Com a baiana Verônica Oliveira, de 39 anos, não foi diferente.
Ela, nascida e criada na zona rural, em Belo Campo, a 60 quilômetros de distância de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, resolveu mudar de país e de vida aos 26 anos. A baiana trabalhava em um hospital municipal como técnica de enfermagem e foi demitida quando houve uma mudança de prefeito na cidade – o que influenciou na secretaria de Saúde.
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Sem perspectiva, ela decidiu deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos, sozinha e sem falar inglês aos 26 anos, em 2009. Até aí, nada muito diferente da história dos inúmeros brasileiros que escolhem o país da América do Norte como nova casa.
“Queria ser valorizada pelo meu trabalho e não por uma escolha política. Vim sozinha, sem falar inglês, sem conhecer ninguém”, explicou.
O começo também não foi diferente na cidade de Framingham, no Massachusetts: trabalhos com faxinas em casas, escolas e bancos. Essa rotina durou quatro anos. Em paralelo a isso, Verônica sempre teve em mente que gostava mesmo de cozinhar – apesar de não trabalhar com isso nem mesmo no Brasil.
“Sempre gostei de cozinhar e fazia para meus amigos tapioca. Isso gerou uma onda de pedidos, de pessoas conhecidas querendo comer minha tapioca. Mas não tinha condições de fazer para todo mundo”, contou.
Com essa demanda, inicialmente de amigos, ela começou a empresa que mudaria sua vida. Com apenas 30 dólares, custo dos ingredientes das primeiras tapiocas recheadas, ela fez as primeiras vendas da tapioca recheada.
“Naquela época, há oito anos atrás, foi uma ideia revolucionária. Ninguém comia tapioca aqui. E eu cresci comendo as tapiocas de minha mãe e minha avó”, relembra.
A tapioca, também chamada de goma, é uma substância extraída da mandioca e usada como massa ou base para o preparo de outros alimentos e desconhecida nos Estados Unidos. A partir desse ingrediente tipicamente brasileiro que Verônica começou a fazer sua fortuna.
“Foi dando tão certo que passei convidada para fazer eventos, shows, feiras. Depois de seis meses comprei um restaurante de comida brasileira, que além de tapiocas recheadas, também sai pratos típicos brasileiros”.
Hora de expandir
Ao perceber o sucesso das tapiocas recheadas, Verônica decidiu ir mais além. Pensou na possibilidade de também ser uma distribuidora da goma, ingrediente dificilmente encontrado no país.
Em 2019, a baiana conseguiu a licença de distribuição. Hoje ela é proprietária de uma fábrica de tapioca vegana, sem glúten, sem açúcar, sem conservantes e sem sódio, comercializada em vários pontos de vendas em Massachusetts e com entrega para todo os Estados Unidos.
São 60 lojas, em três estados diferentes, vendas onlines e um faturamento de 1,5 milhão de dólares. “Não é o quanto você sabe e sim o quanto você aplica e não existe sorte. A sorte é trabalhar, não desistir, errar, falhar no meio do caminho, até acertar”, aconselha.
Além de comandar a empresa, Verônica usa as redes sociais para compartilhar pensamentos como o citado acima, “ajudando você a se destacar na sua liderança”, como descreve na biografia da sua página no Instagram.
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Redação iBahia
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