Em tempos de efervescência do teatro na Bahia, com uma média mensal de 30 peças em cartaz, somente na capital, e após dois meses seguidos de eventos voltados exclusivamente para esta linguagem artística – com o Festival Latino-Americano de Teatro da Bahia (Filt), em setembro e o Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (Fiac), em outubro -, tem sido cada vez mais nítida a presença do público em espetáculos com textos mais densos, que antes não tinham tanto sucesso de bilheteria quanto as famosas comédias que, durante, pelo menos 40 anos, vinham dominando a preferência das plateias.
De acordo com alguns representantes da classe teatral baiana, ao observarem o quadro atual, afirmam que a comédia ainda se destaca, porém percebem que a preferência do público por este gênero vem sendo, ainda que muito pouco, relativizada e, às vezes, chegando a dividir o páreo com peças mais experimentais.
Segundo o diretor Fernando Guerreiro, que possui 35 anos de carreira marcada por espetáculos de comédia de sucesso como A Bofetada, que completa 23 anos e atualmente está em cartaz no Teatro Módulo, e Os Cafajestes, “a comédia continua soberana”. Porém, o diretor ressalta que atualmente nem todos os tipos de comédia têm feito sucesso, e ainda observa que o público de espetáculos chamados alternativos vem aumentando a cada dia. Como exemplo, Guerreiro cita o espetáculo Pólvora e Poesia, dirigido por ele, vencedor do Prêmio Braskem de Teatro como melhor espetáculo de 2010 e melhor direção, e que causou burburinho na cidade, lotando os teatros por onde passou.
A peça Os Cafajestes teve sua primeira montagem em 1994 e voltou aos palcos em abril deste ano |
O premiado espetáculo "Pólvora e Poesia" foi um dos destaques do Fiac 2011, realizado em outubro |
“O centro é menos preconceituoso, já o público da região da Pituba, Itaigara, não abre mão da comédia”. Fernando Guerreiro |
Cena da peça "As Velhas", de Luiz Marfuz |
"A Bofetada" comemora 23 anos com sessões lotadas |
A comédia besteirol tem seu lugar
Na década de 1990, surgia na Bahia um tipo de humor que veio para revolucionar o teatro feito, até então, no Estado. E conseguiu. A comédia besteirol, que tem como característica principal a participação do público, agradou de tal forma que, até hoje, atrai uma fatia importante do público. Isso quem diz é o diretor teatral Luiz Marfuz, que acabou de estrear mais um espetáculo, o Meu Nome é Mentira no Teatro Martim Gonçalves.
“Duas décadas pra cá, a comédia tem acentuado por conta das turnês de curta temporada feitas por atores da televisão. Eu não sou contra a este tipo de gênero, embora ache muito importante que os artistas de teatro estimulem o público a ver outras coisas”, diz Marfuz.Confira aqui a programação completa dos espetáculos teatrais em cartaz em Salvador!
"Acho muito importante que os artistas de teatro estimulem o público a ver outras coisas". Luiz Marfuz |
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