A procissão em homenagem a São Roque/Obaluaê reuniu milhares de fiéis católicos e de religiões de matriz africana nesta tarde de terça-feira (16), na Federação, em Salvador. A imagem do santo saiu da igreja católica de São Lázaro e São Roque às 16h acompanhada e carregada pelos fiéis. O cortejo seguiu pela rua Aristides Novis, passou pelo cemitério Campo Santo e retornou à igreja. Veja vídeo da procissão abaixo:
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A missa que antecipou a procissão também atraiu muitos fiéis que lotaram a Igreja de São Lázaro e São Roque. Na porta da igreja, representantes do candomblé realizavam os banhos de pipoca e flores para conceber proteção e prosperidade aos fiéis de Obaluaê/Omolu, orixá que, devido ao sincretismo religioso, é representado na imagem de São Roque.
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Durante a caminhada, os fiéis tocavam as flores ao redor da imagem do santo em busca de bênçãos e se revezavam para carregá-lo. Além das pessoas que acompanhavam a procissão a pé, muitas acompanharam a passagem de São Roque das janelas dos prédios.
Para Neidia Nascimento, uma das fiéis que acompanhou a procissão, o momento é de agradecer a Obaluaê, celebrado todas as segundas-feiras no candomblé. “Hoje é um dia importante para quem é baiano, vive dentro de Salvador e tem fé independentemente da religião. Agradeço muito por tudo que eu tenho e não oro só por mim, peço por cura e saúde para toda a Bahia e para o mundo”, afirma.
Este dia também é um momento de pagar promessas. Enquanto protetor contra doenças e pragas, muitos fiéis estavam pagavam promessas e agradeciam as bênçãos concedidas pelo santo. “Estive doente e graças a Deus, a São Roque e São Lázaro, estou aqui hoje. Só vim agradecer, não tenho nada a pedir. Graças às forças de São Roque, São Lázaro, Obaluaê, Omolu, eu estou aqui viva e vim pagar minha promessa”, conta Gilmara Costa, manicure de 37 anos que celebra as curas oferecidas pela divindade.
A celebração do dia de São Roque é também uma festa cristã e muitos católicos marcaram presença na procissão. Para o padre da Igreja Católica de São Lázaro e São Roque, Cristóvão Przychocki, este dia ensina os cristãos católicos a servirem. “Ele vendeu todos os seus bens para servir, para ajudar ao próximo. O que falta no dia de hoje é justamente essa sensibilidade para com o próximo”, disse o padre.
Ele também destaca que depois de dois anos de restrições sanitárias devido à pandemia, celebrar São Roque, protetor contra pragas e doenças, é ainda mais significativo. “É explosão de fé e alegria. O povo estava sedento de proximidade com o sagrado. Basta olhar para essa procissão para ver a alegria das pessoas”, celebrou ele
História
São Roque nasceu na França, em 1925, uma época em que a Europa vivia diferentes epidemias. Neste contexto, ele começou a curar doentes, afastando a peste por onde passava e se tornou padroeiro dos inválidos na religião católica.
Já no Candomblé, devido ao sincretismo religioso, São Roque é representado por Obaluaê, ou Omolu, orixá que também é responsável pela cura de doenças. Ele é o Senhor da Terra e da Saúde e também da Morte.
*Sob supervisão de Danutta Rodrigues
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Iamany Santos
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