Um projeto que tem como objetivo valorizar a cultura negra em Salvador, transformar a cidade na capital afro do país e atrair turistas com o setor foi lançado nesta sexta-feira (19). O anúncio foi feito durante uma cerimônia realizada no Espaço Cultural da Barroquinha, no centro do município, com manifestações afro, incluindo apresentação da Banda Didá.
Batizado de Salvador Capital Afro, o projeto irá fomentar atividades culturais, religiosas, artísticas e econômicas, como dança, arte, literatura, música, moda, gastronomia e esporte, com o objetivo de destacar a força e expressão da cultura afro-brasileira presente na cidade.
Leia também:
A previsão é de que as ações comecem em setembro e sigam até novembro, quando haverá um festival na cidade, com direito a discussão sobre políticas públicas, rodadas de negócios e feira de exposição de afroempreendedores, palestras, workshops, cursos, apresentações, musicais, perfomances e exposições. O evento deve acontecer entre 16 e 20 de novembro e as atrações serão divulgadas posteriormente.
O projeto foi apresentado por Daiane Rosário e Milene Alves, que deram início às atividades de pesquisa 3 anos atrás. "Vem a partir de uma grande pesquisa realizada em conjunto com a comunidade afro de Salvador, de forma colaborativa, diagnosticando quais eram os principais desafios a serem superados, no que diz respeito ao seguimento de serviços e produtos ligados a área turística", disse Milene em entrevista ao iBahia.
De acordo com a organização, o contato inicial do público com a iniciativa acontecerá em cinco territórios estratégicos do município: Centro Histórico, Liberdade/Curuzu, Rio Vermelho, Itapuã e Ilha de Maré. Haverá um evento de pré-lançamento para evidenciar as diversas manifestações culturais que existem nessas localidades.
Durante a cerimônia de lançamento do projeto, o prefeito Bruno Reis comentou sobre a vocação de Salvador para o turismo étnico e iniciativas voltadas para a evolução da matriz econômica da cidade.
"Nossa cidade é única, diferente de todas as capitais do mundo. Uma cidade cultural. No mundo vemos cidades com rica gastronomia, outras com belezas naturais, mas não há lá fora um lugar que possua um povo como o nosso. E é por isso que estamos iniciando este movimento”, destacou.
Bruno Reis afirmou ainda que todas as estratégias, metas e marcos, a partir do Plano de Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro, serão desenvolvidos dentro do conceito do Salvador Capital Afro.
Estratégias
Baseado em dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que mostram que 49% dos negócios no país são comandados por negros, e que a Bahia está entre os estados com maior proporção de pretos e pardos donos de negócios, o Salvador Capital Afro também visa destacar e potencializar os afroempreendedores locais.
Nesse grupo, a principal meta é fortalecer as empreendedoras, chamando atenção para os produtos turísticos que são fornecidos pelos principais responsáveis por atrair e encantar quem visita a cidade.
Entre aqueles que fazem parte da indústria criativa de Salvador estão as baianas de acarajé, capoeiristas, artistas, guias de turismo, trançadeiras, turbanteiras, operadores de turismo que organizam roteiros e experiências afros.
Além disso, segundo a prefeitura, o propósito é ampliar a oferta de trabalho, emprego e renda, bem como criar valor e relevância para empreendedores negros.
Outras ações
O Plano de Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro já tem dois programas em execução. Um deles é o Afro Biz, plataforma que conecta a indústria criativa afro de Salvador a consumidores e investidores do Brasil e do mundo, e o outro é o Afro Estima, capacitação e mentoria para afroempreendedores do turismo étnico-afro.
Leia mais sobre Salvador no iBahia.com e siga o portal no Google Notícias
Veja também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!