Para a infectologista, a rapidez na produção da vacina não coloca em risco a segurança nem a eficácia do medicamento. Ceucí também destaca que, assim como aconteceu com a varíola, para que o vírus da Covid-19 deixe de circular é preciso que mais de 80% da população seja imunizada. “Não vamos ter medo da vacina, a gente precisa ter medo da doença que está matando milhões de pessoas no mundo. A vacina é a luz no fim do túnel. A gente precisa é pedir ao Ministério da Saúde, aos governantes, que consigam vacinas, as mais diversas, para todos os brasileiros”.
A médica lembra que, ao longo da história, as vacinas tiveram papel importantíssimo no controle de grandes pandemias. “Já conseguimos erradicar do mundo a varíola, erradicar da maior parte do mundo a poliomielite, eliminar de diversos lugares o sarampo, e alcançamos uma redução enorme da catapora, assim como a H1N1, que ainda registra poucos casos, mas já foi controlada. Então, a vacina é de uma importância imensa para a humanidade. Inclusive é um dos fatores que implicaram na sobrevida da humanidade, que passou de 40 anos no início do século XX para quase 80 anos agora”, esclarece.
Os principais pontos esclarecidos pela infectologista a respeito da vacina:
A velocidade em que estão sendo feita as vacinas não compromete sua eficácia
De acordo com a infectologista, as agências reguladoras são muito rígidas na aprovação de vacinas e vários testes foram feitos, com milhares de pessoas ao redor do mundo, de cada uma das vacinas que estão sendo colocadas e aprovadas pelas agências. “Essa rapidez se deve a um novo momento da humanidade, em que tudo tem sido mais rápido. E a Covid, por ser uma pandemia, também precisou dessa velocidade nas vacinas, mas não ao custo da segurança e da eficácia”.
A vacina na Bahia
De acordo com a infectologista, a Bahia tem já um acordo assinado com a Rússia, para a utilização da Sputnik. “Mas qualquer vacina que o Ministério da Saúde vá adquirir será utilizada na população brasileira e nos baianos também”.
Contraindicações das vacinas
Ceucí esclarece que as contraindicações das vacinas da Covid são muito poucas uma vez que não são vacinas de organismos vivos, como a da febre amarela e do sarampo, por exemplo, que são contraindicadas em pessoas com imunodeficiência. “As vacinas contra a Covid são de micro-organismos inativados ou partículas de micro-organismos. Então, as pessoas que têm alergia aos componentes da vacina é que vão precisar ter um maior cuidado para utilizá-la”.
Vacina x alergia
Ela esclarece que não foi registrada nenhuma morte por reação alérgica, e a reação alérgica não impede a imunização da pessoa. “O que foi visto até agora são reações alérgicas acontecendo em alguns casos e sendo tratadas na hora. E é isso que tem que ser feito: tratar na hora”.
A infectologista alerta que quem tem alergia grave, chamada de anafilaxia e conhecida popularmente como choque anafilático, pode tomar a vacina, mas em locais apropriados para que sejam assistidas e tratadas em caso de reação alérgica como, por exemplo, as unidades hospitalares que têm pronto-atendimento.
É importante que grande parte da sociedade seja imunizada
Ceucí explica que a vacina é uma questão, principalmente, de proteção coletiva. “Para que uma vacina seja eficaz, para que a vacina impeça mesmo um grande número de casos, é preciso que cerca de 80 a 85% da população esteja vacinada”.
Vacina x crianças
A médica explica que as vacinas da Covid foram feitas para adultos, porque são as principais e as mais graves vítimas da Covid-19. Mas é muito possível que também funcionem bem em crianças. De acordo com a infectologista, as vacinas que se tem, até agora, são reguladas e aprovadas para maiores de 18 anos.
Temperatura para armazenar as vacinas
De acordo com a infectologista, duas das vacinas, as de RNA, precisam ser armazenadas em freezers de –70º, -80º centígrados, mas a maioria das vacinas está sendo desenvolvida para ser armazenada na mesma temperatura das outras vacinas, que é de dois a oito graus centígrados.
As mutações do vírus
A infectologista explica que os dados preliminares mostram que, mesmo com essa nova cepa do coronavírus, as vacinas são eficazes e seguras. “É claro que estudos ainda estão sendo implementados, mas tudo indica que não vai afetar a vacina”.
Veja a entrevista da infectologista
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!