
Mas esses sinais também podem indicar um transtorno de comportamento chamado transtorno opositor desafiador (TOD), que se manifesta na infância, a partir dos 8 anos de idade, e está associado ao transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), ou transtorno de conduta (TC).
Existe um grupo de sinais que podem indicar a busca por um diagnóstico caso permanecem por mais de 6 meses, e interfiram na convivência familiar, social ou escolar:
- Discussões frequentes com adultos, e com bastante impaciência
- Intolerância com regras e disciplinas impostas por qualquer pessoa adulta
- Provocações a adultos e rebeldia constante às normas
- Transferir para terceiros a responsabilidade por seus atos inadequados decorrentes da sua rebeldia
- Expressões raivosas frequentes, com tendência a ressentimentos e comportamentos vingativos e rancorosos
Na literatura médica há evidências da relação do TOD com fatores hormonais, genéticos e neurofuncionais, mas o desencadeamento do transtorno ocorre diante de fatores relacionados ao ambiente de convivência da criança.
A maior parte dos estudos destaca que os pais podem ter participação no surgimento e manutenção do padrão disfuncional desses comportamentos, seja por falta de bons costumes domésticos ou outros fatores.

Dentre alguns, se destacam:
- Desarmonia no lar
- Ausência ou pouca demonstração de afeto dos pais
- Pais com posturas muito críticas
- Preocupação da criança em não conseguir corresponder às expectativas dos pais
- Sensação de ser um estorvo para os pais
- Bullying no ambiente familiar ou na escola
- Nascimento de outro filho
Quando não diagnosticado e tratado adequadamente, o TOD pode prejudicar a vida adulta, e por vezes está associado a:
- Uso de drogas
- Alcoolismo
- Dificuldade de relacionamento no ambiente profissional
- Desatenção
- Hiperatividade
- Impulsividade
- Transtorno de ansiedade
- Depressão
- Transtorno bipolar
- E outros transtornos e comportamentos psiquiátricos
Tratamento
Antes de diagnosticar o TOD o médico deve fazer uma avaliação cuidadosa para excluir outros transtornos que têm sintomas semelhantes, como depressão, perturbação do sono ou apetite, e ansiedade. Também é preciso diferenciar o TOD de um TDAH não tratado - os sintomas ficam menos intensos quando o TDAH é tratado de maneira adequada.

No caso da confirmação do TOD o tratamento é por meio de técnicas de controle do comportamento, que incluem abordagem disciplinar consistente e reforço adequado do comportamento desejado, geralmente com a participação dos pais e professores.
O uso de medicamentos é pouco efetivo para tratamento do TOD, exceto quando está intimamente associado ao TDAH.
Fonte consultada: médico e psicoterapeuta Antônio Pedreira, autor de publicações na área, e estudioso da Análise Transacional - método psicológico e das relações humanas em geral.
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Redação iBahia
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