Após a morte de Paulinha Abelha no último dia 23 de fevereiro, as causas da insuficiência renal da cantora que desdobrou em um problema sistêmico nos últimos dias de sua internação, seguem sem respostas definitivas para o grande público.
De acordo com informações do “Fantástico”, a família da cantora recebeu os laudos dos médicos, mas preferiu não divulgar. A hipótese que estava no topo da lista dos profissionais, segundo o jornal “O Globo”, é a do abuso de chás e remédios para emagrecimento, o marido da cantora contou em entrevista ao dominical que ela fazia uso frequente desse tipo de medicamento.
O iBahia conversou com médicos nefrologistas, especializados no diagnóstico e tratamento de doenças do sistema urinário e relacionadas aos rins, sobre os riscos da utilização de substâncias para a perda de peso.
“Uma das principais funções dos rins é filtrar o sangue, eliminando substâncias em excesso ou que possam ser tóxicas para o organismo. Quando os rins perdem função, a filtração do sangue se torna menos efetiva, resultando no acúmulo de toxinas. Essas toxinas podem causar lesões em diversos órgãos, gerando consequências que irão variar de acordo com a gravidade da doença renal”, explica a Dra. Ana Flávia Moura, diretora Científica da SBN Bahia.
Ainda segundo a profissional, fórmulas e chás para emagrecimento podem afetar seriamente os órgãos e são vendidas sem existir uma fiscalização tão forte quanto a de outros tipos de medicações.
“Algumas dessas substâncias, comumente encontradas em fórmulas para emagrecimento, são tóxicas para os rins. Além disso, essas fórmulas e chás costumam utilizar a combinação de substâncias que podem interagir entre si, potencializando sua ação, inclusive seus efeitos tóxicos. Outro risco é o fato de que tais formulações não são submetidas ao mesmo nível de fiscalização que as medicações regulamentadas, e, portanto, não conhecemos todos os efeitos que elas podem causar”, conta.
Cuidados e prevenção
Sobre os cuidados necessários para a prevenção de problemas renais, a Dra. Ana Flávia Moura explica: “A melhor forma de prevenir lesões renais é adotando um estilo de vida saudável, evitando os principais fatores de risco para a doença renal crônica, que são a hipertensão e o diabetes. Além disso, evitar a exposição a substâncias tóxicas para os rins também é fundamental".
"Sendo assim, é recomendado a prática de atividade física moderada, dieta equilibrada, consumo adequado de líquidos ao longo do dia e uso de medicamentos apenas quando prescrito por um médico. Evitar fórmulas com substâncias naturais e que o paciente não conheça os efeitos colaterais associados é sempre prudente. Uma substância ser considerada ‘natural’ não significa que ela seja inofensiva”, completa.
Doença silenciosa
Apesar de ser uma doença silenciosa e se manifestar em estágios mais avançados, é possível reverter a situação ao procurar ajuda médica o mais cedo possível. Esse é alerta que o médico nefrologista e presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia Regional Bahia, José A. Moura Neto deixa.
“Existem alguns sinais e sintomas de diminuição da função renal, especialmente nas fases mais avançadas da doença. Redução da frequência e volume urinário, alteração do aspecto da urina, aumento da pressão arterial, inchaço, náuseas e vômitos, diminuição do apetite, perda de peso, indisposição, sonolência, são alguns sintomas. Mas a insuficiência renal pode ser silenciosa nos estágios iniciais”, alerta.
Tratamento
O profissional também explica qual seria o tratamento necessário em um caso do tipo.
“O tratamento da doença renal crônica depende do estágio em que é diagnosticada. Em estágio avançado da doença renal crônica, quando há falência renal, há necessidade de diálise ou transplante renal. Em estágios iniciais, o controle de fatores de risco é a base do tratamento: controlar a hipertensão arterial, controle da diabetes, cessação do tabagismo, evitar drogas tóxicas aos rins, controle de peso etc. Se a causa da doença renal for uma doença glomerular autoimune pode ser necessário o uso de drogas imunossupressoras”, explica.
Vale lembrar que é de extrema importância a avaliação renal para se descobrir a existência de uma doença. “A creatinina e o sumário de urina são dois exames disponíveis e capazes de diagnosticar alterações da função renal”, finaliza o médico.
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Redação iBahia
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