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SAÚDE

Fuja do vai e vem: riscos do efeito sanfona e como evitá-lo

Endocrinologista explica que entender o metabolismo é fundamental para ajudar a manter o peso e evitar o efeito sanfona

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Redação iBahia

05/04/2021 às 17:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 17:58 - há XX semanas
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Você sabia que aquele vai e vem da balança, o famoso “efeito sanfona”, impacta profundamente na saúde, sobretudo no sistema cardiovascular, aumentando o risco de infarto, e até mesmo de AVC?
O emagrecimento ajuda a controlar a pressão, o colesterol e a glicemia, mas quando se engorda novamente, esses parâmetros se desregulam. Esse risco se deve, principalmente, ao acúmulo de gordura abdominal, associada à elevação da pressão, ao aumento da glicemia e ao processo inflamatório que o excesso de peso provoca no organismo.
O que causa o efeito sanfona
Conforme explica a endocrinologista Louise Cruz, o efeito sanfona acontece porque o organismo tem uma memória metabólica, o que explica a tendência que os obesos têm em recuperar o peso perdido, como se o corpo soubesse o "caminho de volta" para o peso máximo que a pessoa já teve. “O cérebro sempre entende que perder peso é um sinal de perigo para saúde, e vai criar medidas para facilitar o reganho de peso, ou para evitar que a pessoa emagreça, como, por exemplo, aumentar a fome e diminuir o metabolismo”, explica a endocrinologista.
Foto: reprodução / Revista ABM
Como evitar o efeito sanfona
De acordo com a endocrinologista, não adianta cuidar da alimentação somente na fase de emagrecimento. O que muitas vezes acontece é que, ao atingir o peso ideal, a pessoa para de fazer o controle alimentar, não faz exercícios físicos regulares, ou, pior ainda, suspende por conta própria alguma medicação prescrita pelo médico. Portanto, tudo depende do metabolismo individual e da mudança no estilo vida. “Quem está fazendo tratamento para perder peso, tem que ter vigilância contínua quando chegar ao peso pretendido, e não parar o controle alimentar, e muito menos a atividade física, que é essencial para manutenção do peso. Quanto mais músculo se tem, mais ativo é o metabolismo”, explica Dra. Louise.
A dica é:
• 300 minutos de atividade física por semana, na fase de perder peso
• 150 minutos de atividade física por semana quando chegar na fase de manter o peso
• Evitar os carboidratos simples, como açúcar refinado, farinha branca e produtos industrializados
• Ter um bom aporte de proteínas e boas gorduras ao longo do dia
• Ter uma boa noite de sono - durante a noite produzimos hormônios que são importantes para o metabolismo e controle da fome e saciedade
Entender o metabolismo
A endocrinologista explica que entender o metabolismo é fundamental para ajudar a manter o peso e evitar o efeito sanfona, já que o metabolismo é diferente na mulher e no homem. E isso se deve, em parte, aos níveis hormonais. “No homem, a testosterona favorece o ganho de massa muscular e menor acúmulo de gordura, enquanto nas mulheres o ciclo menstrual aumenta a fome, o acúmulo de líquido, e menor força para atividade física”, explica.
Embora os homens tenham mais massa magra do que as mulheres, motivo pelo qual perdem peso com mais facilidade, a endocrinologista esclarece que os hormônios femininos têm suas vantagens, pois favorecem o acúmulo de gordura em regiões de menor risco cardiovascular, como culotes, quadris, nádegas e coxas. “Já os homens acumulam no abdome, local mais associado a doenças como diabetes, infarto, hipertensão, AVC e trombose”, alerta.
Outros fatores podem influenciar
Embora, em muitos casos, o ganho de peso se deva a fatores externos, como alimentação hipercalórica e sedentarismo, segundo a Dra. Louise, já foram identificados genes associados a maior ou menor propensão a engordar. Mas isso não significa que uma pessoa com a genética da obesidade não vai emagrecer. “O ambiente em que se vive e o estilo de vida podem influenciar em como essa genética vai se expressar, com maior ou menor intensidade”, explica a endocrinologista.

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