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Projeto independente doa livros nas ruas de Cachoeira

Iniciativa surgiu há 16 anos com Lázaro César, e hoje reúne mais de 100 mil livros para doação

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16/10/2015 às 20:14 • Atualizada em 26/08/2022 às 19:59 - há XX semanas
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"Eu peguei os livros que tinha e coloquei lá nas praças de Brotas, isso há 16 anos". A história de Lázaro César deu inicio ao Projeto Ler na Praça, que realiza doações de livros dentro de uma kombi itinerante em Salvador. Nesta sexta-feira (16), o Projeto Ler na Praça saiu da capital baiana para visitar a Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica).
Kombi 'Projeto Ler na Praça' chegou em Cachoeira para participar da Flica. Foto: Pedro Enrique Monteiro / iBahia
O projeto une literatura e música. Junto com a kombi de Lázaro, os músicos Edson Melo e Sérgio Drums realizam apresentações musicais na praça onde o projeto se instala. Lázaro lembra que no começo precisou fazer divulgação boca a boca e comprar livros de sebos. "Aí eu comprava e comecei a dar de graça. A necessidade do nosso povo é tanta que não tem condições de comprar um livro", diz o ex-escoteiro do mar.
O projeto tem uma sede fixa no bairro de Brotas, onde Lázaro calcula ter mais de 100 mil livros disponíveis para doação. Às quartas-feiras, o projeto itinerante visita praças de bairros de Salvador. Aos domingos, é a vez das praias receberem a kombi ao som dos músicos. Com incontáveis títulos, Lázaro pontua a diversidade das obras: "Temos aqui livros de anatomia, enfermagem, de todos os segmentos. Temos Paulo Freire, Saramago, de graça para a comunidade que precisa de uma boa leitura".
O vocalista Edson Melo falou da importância da música para incentivar a literatura. "A gente está tentando usar a magia que a música traz para trazer as pessoas. Com a música atrai e cativa as pessoas. É cultura simples, nossa intenção é expandir isso, dá informação para a galera de graça", disse o cantor.
Guardas Municipais de Cachoeira pararam e escolheram livros que estavam para doação. Foto: Pedro Enrique Monteiro / iBahia
O projeto não tem incentivo governamental, por isso Lázaro e a mulher criaram o núcleo gastronômico 'Comer na Praça', onde são vendidas quentinhas pelo preço de R$ 6 e o valor ajuda a manter o projeto e a família. Para o baterista Sérgio Drums, o projeto ajuda a suprir a falta de envolvimento entre as bibliotecas públicas com a população.
"Esse projeto leva cultura aonde o povo está. Eu acho que a biblioteca pública precisa estar mais presente na vida do cidadão, mas tem muita dificuldade. A gente atravessa essa dificuldade e leva diretamente ao povo. A gente leva cultura aonde o povo está", finalizou o baterista.

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