As tropas brasileiras no Haiti trabalham no envio de comida e remédios para a população mais atingida pelo Furacão Matthew no país. De acordo com o oficial de comunicação da Minustah – a força de paz das Nações Unidas no Haiti –, coronel Alexandre Lima, os militares atuam desde o carregamento de navios que saem da capital Porto Príncipe com donativos em direção à região oeste do país, mais atingida pelo furacão, até a reconstrução de estradas e organização da distribuição dos mantimentos.
“A prioridade maior era abrir estradas. Ontem, a engenharia da ONU, com auxílio das tropas brasileiras, fez o desbloqueio entre as cidades de Les Caye e Jeremie. São duas capitais departamentais e era importante abrir para a passagem dos caminhões. Então, agora a prioridade é levar comida e remédios”, explicou à Agência Brasil.
Segundo o coronel, caminhões pequenos, que suportam carga de até seis toneladas, estão sendo usados para o transporte, porque carretas grandes não conseguem chegar até as vilas mais isoladas. Os militares se preocupam também com a segurança dos comboios, que costumam sofrer saques em situações de crises agudas como esta, e na organização da distribuição dos donativos.
“Eles procuraram entregar prioritariamente para as mulheres, para garantir que elas levarão para casa. Os homens, às vezes, trocam a comida por álcool. Há também a organização das filas para entrega da comida. Até as igrejas, que costumam ter construções mais fortes, foram destruídas”, conta.
De acordo com o coronel, o olho do furacão tocou o solo na cidade de Les Anglais, ao sul da península oeste da ilha. A destruição maior foi numa região circular entre esta cidade e Les Cayes, onde há muitas vilas com casas frágeis e os habitantes vivem da pesca e de plantações pequenas. Segundo Lima, o furacão provocou a destruição completa de casas e devastação de plantações de banana e de outros alimentos nessa região.
Mortes
Até o momento, estão confirmados 877 mortos no Haiti por causa do Furacão Matthew, mas a Minustah, embora não faça previsão de números oficialmente, estima que mais de mil mortes. Não há registro de mortos entre os soldados das forças da ONU.
“A nossa tropa está muito motivada, estão todos bem e muito dispostos a ajudar, como sempre acontece com os brasileiros. Não houve mortos no pessoal da ONU – nem brasileiros, nem estrangeiros. Teve uma equipe de policiais de Ruanda, que o local onde eles estavam teve a estrutura 90% destruída, mas eles estão bem”, relatou.
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Redação iBahia
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