A Conferência Episcopal Irlandesa, o órgão máximo da Igreja Católica no país, emitiu um documento que determina que todos os padres que tenham violado o voto de celibato e, por consequência, tornando-se pais devem "pôr os interesses da criança em primeiro lugar" e arcar com as responsabilidades "pessoais, legais, morais e financeiras". O posicionamento vem dias após o jornal “Boston Globe“ ter publicado duas reportagens sobre o assunto.
O documento segue afirmando que a decisão é "baseada na justiça natural e nos direitos das crianças filhas de padres". A CEI determina que "um padre, como qualquer outro pai, deve enfrentar as suas responsabilidades". O órgão máximo da Igreja Católica na Irlanda pontua que caberá aos respectivos bispos ou superiores religiosos garantir que tais orientações sejam cumpridas.
O pronunciamento teria sido produzido em maio passado, mas só agora veio a público. Por muitos séculos, a Igreja Católica não se manifestou sobre o assunto polêmico ou o manteve em segredo. Em grande dos casos, a estratégia adotada, quando um caso do tipo vem à tona, é transferir o padre para outra paróquia.
A CEI, agora, define como determinante a mãe "como primeira cuidadora e agente moral" e que seja "totalmente envolvida" na decisão que vier a ser tomada, não podendo mãe e criança serem "excluídas ou isoladas".
O documento oficial não determina se esses padres que se tornaram pais poderão ou não manter suas em funções religiosas. Mas, após a publicação do “Boston Globe“, o cardeal de Boston, Sean O’Malley, lembrou que um padre que se torne pai tem "a obrigação moral de se afastar do ministério e de cuidar e prover às necessidades da mãe e da criança".
O jornal “Boston Globe“ já havia se dedicado aos escândalos de abusos sexuais dentro da Igreja Católica, numa investigação que inspirou o ganhador do Oscar de melhor filme "Spotlight".
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Redação iBahia
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