Em um discurso crítico sobre a Ucrânia e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o opositor russo Boris Nemtsov participou de um programa em uma rádio de Moscou na sexta-feira (27), três horas antes de ser assassinado, e dois dias antes de uma manifestação da oposição, prevista para amanhã (1º). O movimento foi cancelado. Durante 45 minutos, Nemtsov apresentou as suas propostas para “mudar a Rússia”, na rádio Ekho Moskvy, de Moscou. "Esta manifestação pede o fim imediato da guerra com a Ucrânia, ela exige que Putin acabe com a sua agressão", disse na entrevista.
Boris Nemtsov expressou também a sua posição sobre a crise econômica na Rússia. "A causa da crise é a agressão [da Ucrânia], que foi seguida de sanções e de fugas de capitais, tudo por causa da agressão sem sentido travada contra a Ucrânia por Putin", acusou Boris Nemtsov que, assim como Kiev e o Ocidente, considerou que Moscou enviou tropas para apoiar os separatistas pró-Rússia no Leste da Ucrânia, algo que o Kremlin sempre negou.
Boris Nemtsov foi assassinado no centro de Moscou, e o presidente russo reagiu, considerando o assassinato de seu crítico “uma provocação”. Entre os vários cargos políticos ocupados por Nemtsov, que tinha 55 anos, estão o de governador da região de Nizhny Novgorod – no centro da Federação russa –, deputado e vice-primeiro-ministro no final dos anos 1990, sob a presidência de Boris Yeltsin. Depois de sair do Parlamento, em 2003, liderou vários partidos e grupos da oposição.
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