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No seu primeiro discurso após ter sido anunciada como vitoriosa na corrida eleitoral da Argentina, Cristina Kirchner pediu união e comemorou o fato de ser a primeira mulher reeleita presidente do país. "Sou uma mulher de 58 anos que milita desde muito jovem que cheguei a lugares que nunca pensei que chegaria na vida. Não apenas tive a honra de ser mulher presidente, como de ser a primeira mulher reeleita presidente. Não quero mais nada. Que mais posso querer?", brincou a presidente, em um discurso transmitido em cadeia de TV do Hotel Intercontinental, no centro de Buenos Aires. "A única coisa que quero é cooperar com a Argentina, a seguir crescendo com o país, g erando mais postos de trabalho, mais valor agregado, mais ciência e tecnologia, mais escolas, mais saúde. Ajudar a mudar a vida dos argentinos. Isso não se pode só, precisamos da colaboração de todos", afirmou. Cristina confirmou o favoritismo que teve toda a campanha, como apontavam as pesquisas de intenção de voto. A candidata da Frente para a Vitória já havia vencido as eleições primárias de agosto com uma diferença de 38 pontos em relação ao segundo colocado, o radical Ricardo Alfonsín. Milhares de seguidores da presidente tomaram as ruas da capital, Buenos Aires, já comemorando a vitória.
Ligação de DilmaNum discurso emocionado, como é a marca da peronista, pontuado pelas referência ao marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, cuja morte completa um ano no próximo dia 27, Cristina iniciou agradecendo às ligações de colegas de outro países, como a presidente Dilma Rousseff. "Quero dizer um imenso obrigado aos 40 milhões de argentinos, a todos os homens e mulheres de todos os partidos políticos que participaram dessas eleições. Quero agradecer a ligação solidária, amiga, fraternal de Dilma Rousseff", disse a presidente, que também citou ligações do venezuelano Hugo Chávez e do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, entre outros. Ao agradecer ao prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, a presidente se irritou com os militantes, que vaiaram. "Não sejam assim, não me façam se zangar. O pior que pode acontecer à gente é ser pequeno. Não sejamos pequenos, sejamos grandes." Comovida, dedicou vários minutos do discurso à memória do marido. "Quero agradecer a alguém que já não posso chamar mas é o grande fundador da vitória dessa noite. Nunca acreditei nem pensei em fazer sem ele, sem sua incomensurável coragem", disse, enquanto militantes cantavam o hino que ficou conhecido após a morte do ex-presidente: "Néstor não morreu, vive no povo". Como havia feito no último discurso de campanha, a mandatária voltou a pedir união. "Sinto hoje a imensa responsabilidade de conduzir nosso país a que viva uma história diferente da dos últimos 200 anos. Quero apelar à vocação patriótica de todos os argentinos. Um país não se constrói apenas com dirigentes, mas com seu povo", disse.