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Mulheres são punidas com chibatadas por tentarem fazer sexo gay

A execução da pena foi vista por mais de 100 pessoas

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Redação iBahia

03/09/2018 às 13:44 • Atualizada em 01/09/2022 às 0:56 - há XX semanas
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Duas mulheres foram consideradas culpadas e condenadas a receberem 6 chibatadas, cada uma, por tentar praticar sexo gay no estado conservador de Terengganu, na Malásia. É a primeira vez que ocorre uma condenação deste tipo. A execução da pena foi vista por mais de 100 pessoas.

Sentadas em um banco, vestidas de branco e com a cabeça coberta com véu, as mulheres receberam as chibatadas. Uma delas não conseguiu resistir a dor e começou a chorar. Wan Abdul Malik Wan Sidek, funcionário do tribunal, defendeu a pena alegando que não eram tão severa comparando a outras punições em tribunais da Malásia.

Além da pena física, as duas foram multadas em cerca de 3 mil reais. Segundo ativistas, já houve condenações por “ofensas sexuais” no passado, como adultério, mas é a primeira vez que duas mulheres recebem a pena de chibatadas por tentar fazer sexo.

— A punição é chocante e é um espetáculo. Isso representa uma regressão dos direitos humanos. — disse Thilaga Sulathireh, ativista do grupo "Justiça para as Irmãs", ao jornal "The Guardian”.

As duas mulheres, de 22 e 32 anos, foram presas em abril depois de serem apanhadas dentro de um carro em uma praça pública no estado conservador de Terengganu, no norte do país. Thilaga ainda disse que o grupo está preocupado que o caso se torne um precedente perigoso.

Na Malásia, cada estado tem poderes para criar leis baseadas na religião do Islã. Grupos de defesa dos direitos humanos já haviam pedido ao governo desistir do caso, que eles argumentaram constituir tortura sob a lei internacional de direitos humanos.

A chegada ao poder de uma coalizão reformista após as eleições legislativas de maio deste ano aumentou a esperança de uma evolução positiva envolvendo casos com a comunidade LGBT. Porém, as ONGs que acompanham a situação de perto dizem que piorou. Thilaga Sulathireh também considerou que a condenação aumenta a sensação de impunidades para quem comete atos de homofobia.

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