O caso de uma mulher de 53 anos diagnosticada com um mioma no útero chamou atenção da comunidade médica internacional. Descrito na revista científica “BMJ Case Reports”, o relato de médicos do Hospital KK Women's and Children's, em Cingapura, conta como o tumor de 64 centímetros e 27,8 kg foi removido e as dificuldades na recuperação da paciente.
O mioma uterino é um tumor benigno comum entre as mulheres, principalmente em idade fértil, mas dificilmente crescem tanto. Na maioria dos casos, são assintomáticos, mas podem provocar aumento do fluxo menstrual, infertilidade, dores durante relações sexuais e aumento da frequência na vontade de urinar. Normalmente, os tumores são pequenos, mas podem crescer e provocar inchaço na região abdominal.
Em entrevista ao site Live Science, a ginecologista obstetra Poh Ting Lim contou que a paciente procurou o hospital porque o peso do mioma estava dificultando a sua locomoção, fazendo com que ela passasse a maior parte do tempo acamada. A mulher também relatou falta de ar quando se movimentava ou se deitava.
Para a remoção do mioma, os médicos realizaram uma histerectomia abdominal total, removendo totalmente o útero, as trompas e os ovários. No caso, o mioma foi classificado como “gigante”, por pesar mais de 11 kg. Ele media 64 cm x 50,5 cm x 15 cm e ocupava completamente as cavidades abdominal e pélvica da paciente, se estendendo até o osso esterno.
Após a remoção do mioma, a equipe médica precisou realizar uma cirurgia plástica para reconstruir a parede abdominal da mulher, pois ela havia afinado e esticado por causa do tumor. No último contato de Lim com a paciente, dois meses após a cirurgia, a mulher estava bem de saúde e o abdome se recuperava como esperado. De acordo com a médica, foi o medo de cirurgias que fez a mulher demorar tanto a procurar atendimento médico.
Segundo Lim, os miomas crescem em taxa de aproximadamente 9% a cada seis meses, durante a idade reprodutiva, mas tentem a diminuir após a menopausa. Dificilmente eles se tornam gigantes, pois quando necessário são removidos antes de crescerem tanto. No caso dessa paciente, não é possível dizer desde quando o tumor se desenvolvia, mas Lim estima que ele existia há pelo menos 5 anos.
De forma surpreendente, a paciente não apresentava dificuldades para urinar ou evacuar, nem para se alimentar, apesar da pressão do tumor sobre outros órgãos abdominais. É provável que esses sintomas não tenham surgido por causa do crescimento lento, que permite ao corpo se adaptar às mudanças.
O maior mioma uterino já relatado na literatura médica pesava 63,3 kg e foi removido de uma paciente após a morte, em 1888. Entre pacientes que sobreviveram ao procedimento, o maior mioma pesava 45,5 kg.
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Redação iBahia
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