A escritora francesa Annie Ernaux ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2022. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (6), pela Academia Sueca, em Estocolmo. No anúncio, a Academia informou que o prêmio foi concedido à escritora "pela coragem e acuidade clínica com que desvenda as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal".
Considerada uma das mais importantes autoras francesas, Annie escreve romances sobre a vida cotidiana no país. Professora universitária de Literatura, Annie Ernaux escreveu quase 20 livros, nos quais aborda o peso da dominação das classes sociais e a paixão do amor, dois temas que marcaram sua trajetória.
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Entre os livros da escritora está "O Acontecimento", de 2000, em que relata um aborto clandestino que fez nos anos 1960. A Academia afirmou que sua "narrativa clinicamente contida" sobre o aborto ilegal de uma narradora de 23 anos no livro continua sendo uma obra-prima entre seus trabalhos.
"É um texto implacavelmente honesto, onde entre parênteses ela acrescenta reflexões em uma voz vitalmente lúcida, dirigindo-se a si mesma e ao leitor em um único e mesmo fluxo", disse a Academia.
Segundo o g1, a estreia da autora foi em 1974, com o romance "Les Armoires Vides", que não foi lançado no Brasil. Ela só obteve reconhecimento internacional após a publicação de "Os Anos", em 2008, com o qual ganhou o prêmio Renaudot. Sobre este livro, a Academia disse que "é seu projeto mais ambicioso, que lhe deu uma reputação internacional e uma série de seguidores e discípulos."
Pioneira na França
Annie é a primeira mulher francesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura. Segundo a agência de notícias Reuters, a escritora disse que vencer era "uma responsabilidade".
"Fiquei surpresa. É uma grande responsabilidade testemunhar, não necessariamente em termos de escrita, mas testemunhar com precisão e justiça em relação ao mundo", disse a escritora em entrevista à emissora sueca SVT.
Ainda de acordo com a agência de notícias, a autora já tinha dito anteriormente que escrever é um ato político, abrindo os olhos para a desigualdade social. "E para isso ela usa a linguagem como 'uma faca', como ela chama, para rasgar os véus da imaginação", disse a Academia.
Mulheres no Nobel de Literatura
Entre a centena de homens, o Prêmio Nobel de Literatura foi concedido a dezessete mulheres desde 1901. A primeira delas foi Selma Lagerlöf, em 1909.
- 1909 – Selma Lagerlöf
- 1926 – Grazia Deledda
- 1928 – Sigrid Undset
- 1938 – Pearl Buck
- 1945 – Gabriela Mistral
- 1966 – Nelly Sachs
- 1991 – Nadine Gordimer
- 1993 – Toni Morrison
- 1996 – Wislawa Szymborska
- 2004 – Elfriede Jelinek
- 2007 – Doris Lessing
- 2009 – Herta Müller
- 2013 – Alice Munro
- 2015 – Svetlana Alexievich
- 2018 – Olga Tokarczuk
- 2020 - Louise Glück
- 2022 - Annie Ernaux
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