Uma confusão generalizada em um estádio de futebol deixou 125 pessoas mortas e outras 323 feridas na cidade de Malang, na Indonésia. Segundo informações atualizadas nesta segunda-feira (3) por autoridades, ao menos 32 crianças estão entre os mortos.
"De acordo com as últimas informações que recebemos, das 125 pessoas que morreram no acidente, 32 eram crianças, sendo a mais jovem um menino de três ou quatro anos", declarou à AFP Nahar, do ministério do Empoderamento das Mulheres e da Proteção da Infância.
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A situação aconteceu na noite do último sábado (1°), depois que torcedores do Arema FC invadiram o gramado do estádio Karnjurhan ao presenciar a derrota do time por 3-2 para o Persebaya Surabaya (primeira derrota para o rival em mais de duas décadas). Assista ao vídeo abaixo
https://twitter.com/FutbooBR/status/1576913000069730304
Os policiais que estavam fazendo a segurança do estádio usaram gás lacrimogêneo, o que provocou uma corrida desesperada dos torcedores, que lotavam as arquibancadas. Alguns deles tentaram fugir por pequenos portões, onde foram esmagados ou asfixiados, segundo testemunhas.
Na confusão, dois agentes morreram. Contudo, os torcedores acusaram a polícia de exagerar na resposta à invasão do campo. As forças de segurança do país chamaram o incidente de motim. Nesta segunda, o chefe da Polícia de Malang, Ferlo Hidayat, foi destituído e nove agentes foram suspensos.
O porta-voz da Polícia Nacional, Dedi Prasetyo, informou as imagens das câmeras de segurança do estádio estão sob análise e apontou que 28 policiais foram interrogados, principalmente sobre o uso de gás lacrimogêneo no estádio.
Em comunicado, o presidente do Arema FC, Gilang Widya Pramana, pediu desculpas e se responsabilizou pelo incidente. "Como presidente do Arema FC, assumirei toda a responsabilidade do ocorrido. Peço desculpas profundas às vítimas, seus familiares, todos os indonésios e à Liga 1".
Grupos de defesa dos direitos humanos exigiram uma comissão independente e que os policiais sejam responsabilizados pelo uso de gás lacrimogêneo em um espaço fechado. Uma petição online com o título "A polícia deve parar de usar gás lacrimogêneo" recebeu quase 6.000 assinaturas nas primeiras horas.
O técnico do Arema FC, o chileno Javier Roca, disse que "alguns torcedores morreram nos braços dos jogadores". "Os jovens passavam com as vítimas nos braços. Acho que a polícia ultrapassou os limites", declarou à rádio espanhola Cadena Ser.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, considerou a tragédia um "dia sombrio para o futebol".
Depois da repercussão, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, ordenou uma indenização às famílias das vítimas.
"Como sinal de condolências, o presidente doará 50 milhões de rupias (aproximadamente R$ 16 mil) para cada vítima falecida", disse o ministro da Segurança, Mahfud MD, que prometeu a entrega do dinheiro em um ou dois dias.
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Redação iBahia
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