Cinco vítimas do ataque terrorista ao periódico satírico francês Charlie Hebdo foram sepultadas nesta quinta-feira (15), em despedidas emotivas com a presença de milhares de pessoas. No tradicional cemitério Père Lachaise, em Paris, o corpo de Georges Wolinski, um dos principais cartunistas do mundo, foi cremado em uma cerimônia no fim da manhã. No mesmo local, foi enterrado o cartunista Bernard Verlhac, mais conhecido como Tignous. As duas cerimônias foram acompanhadas por familiares, amigos e autoridades. Wolinski, que influenciou grandes cartunistas brasileiros como Ziraldo, Jaguar e Henfil, teve um de últimos desenhos exposto em um cavalete na cerimônia de sua cremação. Já o caixão com o corpo de Tignous estava coberto de mensagens e desenhos. Os dois cartunistas estão entre os 12 mortos no ataque ao Charlie Hebdo, no dia 7 de janeiro, feito por dois irmãos, Said Kouachi e Cherif Kouachi, que disseram querer vingar as publicações de caricaturas do profeta Maomé feitas pelo semanário.
Muitas pessoas também acompanharam o funeral da colunista Elsa Cayat, única mulher entre as vítimas que estavam no jornal, enterrada no cemitério parisiense de Montparnasse. O economista Bernard Marisque, que também assinava uma coluna na publicação, foi enterrado em Montgiscard, perto de Tolouse.Em Bernay, no Norte da França, cerca de mil pessoas foram ao funeral do policial Franck Brinsolaro, destacado para fazer a segurança do diretor do Charlie Hebdo, Stephane Charbonnier, mais conhecido como Charb, que recebeu várias ameaças após as publicações das caricaturas de Maomé. O cartunista Cabu e o produtor cultural Michel Renaud, foram enterrados ontem (14), mas apenas na presença de familiares e amigos. No dia do atentado, Renaud resolveu fazer uma visita à redação do Charlie Hebdo no momento em que os terroristas invadiram o periódico. Nesta sexta-feira (15), mais três funcionários do jornal serão enterrados: o editor-chefe, Charb, o desenhista Honoré e o corretor Mustapha Ourrad. Charb era autor de muitos dos desenhos retratando Maomé Além do atentado ao Charlie Hebdo, outro terrorista, que disse agir em coordenação com os irmãos Kouachi, também fez vítimas na semana passada. No dia 8 de janeiro, Amédy Coulibaly matou a tiros uma agente de polícia. No dia seguinte, matou quatro pessoas feitas reféns em um supermercado judaico, antes de ser morto pela polícia no mesmo dia. Os irmãos Kouachi também foram mortos pela polícia dois dias depois do ataque ao semanário.
Caixão com o corpo do cartunista Tignous, umas das vítimas do atentando ao jornal francês Charlie Hebdo |
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