Uma mulher da cidade americana de Oklahoma, nos EUA, foi condenada a passar a vida na prisão por agredir física e psicologicamente sua neta de 7 anos. A avó, Geneva Robinson, de 51 anos, se vestia de uma personagem criada por ela, a bruxa "Nelda", e aterrorizava a criança com sustos, tapas, chutes, beliscões, queimaduras e outros tipos de tortura. Geneva chegou a bater na menina com chicote e cortar seu cabelo enquanto ela dormia. O namorado da avó, Joshua Grander, de 33 anos, também participava das agressões, em geral se fantasiando de outro personagem assustador, um demônio chamado "Coogro". Ele também foi condenado à prisão, com uma sentença de 30 anos.
Os promotores do caso alegaram que era comum o casal usar esses trajes para assustar a menina, que foi impedida de frequentar a escola junto com seus três irmãos — eles também moravam com ambos os réus. Os abusos em relação à menina incluíam o uso de uma coleira de cachorro para pendurar a vítima pelos braços no teto da garagem e chicoteá-la.
A menina também foi forçada a dormir alguns dias do lado de fora da casa, com os cães, além de não ter sido alimentada adequadamente, relataram os promotores. Isso aconteceu entre junho e setembro de 2014, depois que os pais das crianças se separaram e os pequenos foram morar com a avó.
A prisão perpétua foi a sentença escolhida pela juíza de distrito Michele McElwee. Em meio à explanação do caso, a promotora distrital Merydith Easter destacou para a juíza que a vítima viveu durante esse período em uma "casa dos horrores". "O que ela [Geneva] fez foi horrível e afetará para sempre esta criança e seus irmãos", disse a promotora. "Ela merece a mesma quantidade de misericórdia que mostrou a essa criança, o que quer dizer nenhuma", disse.
Segundo Merydith, a menina soube pela avó que "bruxas e criaturas do mal viviam no sótão" e que a bruxa Nelda "comia criancinhas com garfo e faca".
Geneva disse à juíza que ela atualmente recebe tratamento e toma medicação para transtorno bipolar e esquizofrenia. A advogada de defesa, Tanya Jones, acrescentou à juíza que a avó não tinha recursos para "controlar" a criança. "Ela entende que foi longe demais", disse a advogada, completando ainda que a Geneva teria cuidado da menina "com punhos de ferro" porque a própria a avó cresceu em uma época na qual a "disciplina física" era comum.
A avó foi detida pela polícia pela primeira vez depois que ela levou a menina desnutrida para um hospital em setembro de 2014, alegando que "não podia controlar" a criança, informou a polícia.
De acordo com os promotores, o pai das crianças — filho de Geneva — acreditava que ela já não fazia mais a "coisa da Nelda" e que ela estivesse tomando medicação. Os promotores planejam, para um próximo julgamento, colher depoimentos dos filhos adultos de Geneva, que também teriam sido abusados por "Nelda" quando crianças, mostram documentos.
Vídeo da 'bruxa' no celular
O namorado, Granger, também é visto no vídeo. Ele pode ser ouvido dizendo: "Vovó está doente por causa de você. Você vai com a bruxa".
Geneva se joga, então, sobre a menina, que suplica à "bruxa", dizendo que ela seria boa com a avó. "Eu prometo, bruxa. Eu prometo", disse a garota. Em voz alta e aguda, a avó respondeu: "Você mente, você mente, você mente, garotinha."
A garota pediu novamente à bruxa, dizendo: "Eu prometo, bruxa, não vou fazer sentido para a vovó, não vou bater na vovó, não vou ser má". Geneva, em seguida, gritou: "Dê-me um garfo e uma faca". Conforme os promotores explicaram, ela passava para a menina a ideia de que as bruxas comem meninos e meninas maus.
Mais tarde no vídeo, a menina tenta agarrar a camisa de Granger para escapar da "bruxa", mas ele se desvencilha e a deixa sozinha.
Durante a condenação de Granger, ele alegou que o incidente no vídeo foi a única vez que ele viu Geneva vestida como "Nelda".
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Redação iBahia
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