Se de um lado, um dos maiores nomes do Axé Music completa 60 anos de vida, sendo deles, 50 anos de carreira na música, do outros, novos nomes surgem para povoar o gênero que muitos acreditavam estar esquecido.
E enquanto perpetuam a teoria de que "o Axé Music morreu", a nova geração reacende a chama iniciada por Luiz Caldas em 1985, com o lançamento de Fricote, música que mudou para sempre a forma de se pensar e de se cantar as canções na Bahia.
Leia também:
Nascido e criado em Ondina, berço do Carnaval de Salvador, o cantor LUCAS, de 26 anos, é o que se pode ser considerado de uma das novas vozes do Axé Music, apesar de seus 10 anos de carreira.
Os paralelos feitos com o aniversariante do dia são diversos, desde o início da carreira muito cedo, ao orgulho de cantar e representar um ritmo que hoje é visto com certo desdém, justamente por aqueles que acreditam na "morte do Axé".
Em entrevista ao iBahia, Lucas confirma a teoria citada no início da matéria. Não a de que o axé morreu, mas sim a de que Luiz Caldas é e sempre será uma grande inspiração para quem deseja viver o Axé Music.
"Eu me inspiro muito em Luiz Caldas, não só musicalmente, mesmo com a influência do pop, do country e de tudo que ele mistura, porque além de cantor, ele é multi instrumentista e produtor, arranjador musical fantástico. Mas também nessa irreverência dele. Luiz é uma referência, e poder viver os 60 anos dele é uma coisa mágica", conta.
Desde o estilo musical, ao estilo de se portar nos palcos, para Lucas, que começou a ganhar ainda mais espaço para cantar ao redor da Bahia e do Nordeste, com participações em festas como o Fortal, por exemplo, o "calouro" na turma do Axé não esconde beber da fonte do artista e pontua características que fazem o cantor ser único.
"Ele é tudo! Foi Luiz Caldas quem começou a fazer o que a gente conhece hoje por Axé Music. Não só o som, mas a própria estética dele também é original. Isso de trazer a unha pintada, de trazer as roupas coloridas, as danças que a gente via e ainda vê no palco, no trio elétrico."
O primeiro trabalho lançado oficialmente por Lucas foi a canção 'Deu Liga' de 2021, uma música de Samir Trindade, Marco Lima, Ed Nobre. De lá para cá, o artista já lançou 'Canção Preferida', 'Encaixadinho' e uma parceria com o cantor Saulo 'Caminho Coração'.
E como viver um gênero desacreditado? Para Lucas, que já dividiu palco com grandes nomes do Axé, como Jau, Denny, Alinne Rosa, Carla Cristina, Mari Antunes e Gerônimo, a morte do axé não passa de ladainha, no bom e velho baianês.
Para perpetuar um legado criado por Luiz Caldas, é necessário coragem e o jovem acredita no potencial da nova geração de fazer o Axé ser ritmo de janeiro a janeiro.
"Eu acho que existem hoje muitos artistas surgindo e criando coragem de sair desse casulo. Todo mundo sempre ouve 'Ai, o axé music acabou', ou falam que o ritmo está fraco, mas não é assim. Nós estamos vivos, muito vivos e tem sido uma honra para mim, que trabalho há 10 anos, estar tendo essa oportunidade de apresentar minha música para mais pessoas, porque é responsabilidade muito grande e ao mesmo tempo é um prazer. A música é que dá sentido a minha vida e poder ocupar esses espaços como uma espécie de renovação é o maior prazer de todos."
Leia mais sobre Luiz Caldas 60 anos no iBahia.com e siga o portal no Google Notícias.
Veja também:
Bianca Andrade
Bianca Andrade
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!