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Caio é assíduo leitor e coleciona "Turma da Mônica Jovem"
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Começou ontem e vai até domingo (9) o I Festival Anual de Quadrinhos, promovido pela Multi Planejamento Cultural e a Fala Menino Produções. Para iniciar com o pé direito, o projeto, selecionado pelo Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados, foi aberto pelo consagrado cartunista Maurício de Sousa, no Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura. Como já se podia esperar, um número significativo de fãs, de todas as idades, ocupou o espaço, para ver de perto o criador de personagens clássicos dos quadrinhos, como Mônica, Cebolinha e toda a velha conhecida Turma que, durante exatos 52 anos (completados este ano) vem fazendo parte da vida de muita gente, através das revistinhas, TV e livros.É o caso de Caio Batista, 12, que coleciona todas as edições publicadas da "Turma da Mônica Jovem" e ocupava o primeiro lugar da fila, formada em frente ao teatro. Alegria para ele, ao poder ler e reler todas as edições, e prejuízo para a mãe, Rosilene Batista que, embora reclame dos custos mensais para satisfazer o filho, também admite ser fã das histórias de Maurício de Sousa, sobretudo as que têm como personagem o simples e humilde Chico Bento. Caio, por fazer parte do público teen, diz gostar mais da nova coleção, por se identificar com as histórias vividas pela Turma, tão descolada quanto ele. "Eu consigo identificar muitas coisas da vida real no universo da revista", explica.
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Obra do cartunista agrada criança, jovens e adultos
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O sucesso da "Turma da Mônica Jovem", que apresenta um formato do mangá japonês, é fato. A escolha por este novo estilo, tão diferente da primeira fase, foi explicada por Mauricio de Sousa: "A minha equipe é composta por muitos nisseis. A minha mulher aprendeu a ler primeiro em japonês, então boa parte do estúdio já conhecia o estilo". Outro fato, citado pelo cartunista, que provocou a mudança da simpática "Turma da Mônica", foi o crescimento precoce dos jovens leitores. Segundo Sousa, a infância está encolhendo, e os que têm 10, 11 anos querem se ver nas histórias.Sobre a sua posse na Academia Paulista de Letras, em maio deste ano, Mauricio de Sousa observa que a sua entrada colabora para que as revistas em quadrinho venham a ser consideradas como literatura e arrisca no trocadilho "Afinal, o que tem dentro daqueles balões também são letrinhas!"