Cantora, atriz, compositora, produtora, e, por último e não menos importante, ativista. Desde o início da carreira, Larissa Luz sempre mostrou e enalteceu a realidade das mulheres negras através das suas canções. Até hoje, a música ‘Bonecas Pretas, lançada em 2016, reverbera em movimentos sociais ao redor de todo o Brasil e também de dentro de escolas como um símbolo da representatividade e empoderamento negro.
Apresentamos Larissa Luz - segunda cantora da mais nova edição do Estúdio iBahia e que traz na sua origem o que acredita que todo artista é: ativista.
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“Todo artista tem um papel político importante porque ele é formador de opinião. Quando ele coloca a sua arte no mundo, ele está influenciando pessoas de alguma forma. Todo artista precisa se conectar com seu tempo mesmo e o reflete. Eu acredito que quem tenta se isentar das possíveis polêmicas do ativismo está se posicionando também. O não-posicionamento diante de questões urgentes já um dizer”, afirmou a cantora baiana.
Em seu mais novo lançamento, “Cante Pra Chamar”, em colaboração com o projeto Rupilezzinho, Larissa reforça ainda mais sua ancestralidade através da sua ligação com o candomblé. Tanto no clipe quanto na canção, a artista evoca sentimentos de fé como uma forma de enfrentar os momentos difíceis.
“Essa música é a junção dessas duas coisas. A minha devoção em relação à arte veio como uma parceira para que eu me mantenha saudável mentalmente e também com a fé, que não me deixa sucumbir”, explicou Larissa.
A música ainda conta com uma homenagem para Makota Valdina que aparece no vídeo trazendo uma palavra de esperança. Ela foi uma das principais ativistas contra o racismo e intolerância religiosa no Brasil. Durante sua vida, a pensadora recebeu prêmios como o Troféu Ujaama, do Olodum, Troféu Clementina de Jesus e da União de Negros pela Igualdade (UNEGRO).
Música: referência e inspiração
Durante a conversa com o iBahia, Larissa também revelou como é o seu processo criativo. “Eu não tenho um ritual específico, eu ligo minhas máquinas, meus instrumentos e espero a inspiração vir. Eu sempre digo que quando a criatividade chegar, ela tem que me encontrar trabalhando. Me coloco à disposição”.
Quanto às músicas e referências que não saíram dos ouvidos nos últimos meses, Larissa citou Nina Simone, Tiganá Santana, Tincoãs, Donald Glover. Este último, a cantora citou como uma de suas principais referências atuais, já que se apresenta de diversas formas: através da música, da dança, da atuação e da produção musical.
“Orquestrar todos esses talentos tem que ter disposição, mas eu amo, é a minha diversão, eu sou completamente viciada em criar, mais do que qualquer resultado de fama que isso possa dar, isso é a minha onda. Gosto de editar vídeo, começo a gravar, faço sons, me divirto muito fazendo isso”.
Questionada sobre o espaço que a música da Bahia vem ganhando no Brasil e no mundo, Larissa respondeu: “Eu acho que as pessoas estão com olhos mais atentos para a música baiana e penso que a internet foi uma grande aliada disso tudo. Qualquer pessoa pode chegar e mostrar o seu trabalho nas redes sociais sem precisar necessariamente de uma gravadora. Isso abriu espaço para outros nichos musicais além do Axé e bandas que misturavam linguagens musicais, como Ministério Público e BaianaSystem foram abrindo caminho e ganhando cada vez mais espaço até para outros grupos mais novos”, pontuou Larissa.
*Reportagem revisada por Mayra Lopes
Confira o vídeo completo de Larissa Luz no Estúdio iBahia
[youtube 60jbHkcnEPY]
Confira outros clipes da cantora
[youtube Qk3-0qaYTzk]
[youtube fdT27sGwazc]
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Redação iBahia
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