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Time dos sonhos BaVi: Mestre Evaristo

Campeão brasileiro no comando do Bahia, técnico foi ídolo do Real Madrid nos tempos de jogador. Atuou também pelo Barcelona

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05/02/2011 às 13:42 • Atualizada em 29/08/2022 às 14:25 - há XX semanas
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Foto: Fernando Amorim/Arquivo CorreioEvaristo é mais que o técnico com mais títulos na história do Bahia. É um Mestre. Conheceu o futebol nas brincadeiras de criança pelo Rio de Janeiro, onde nasceu dia 22/6/1933. O futebol, por sua vez, o descobriu após trocar o Madureira pelo Flamengo, em 1953.

Foi tricampeão carioca em 53/54/55 com Zagallo antes de ser o primeiro brasileiro a jogar pelo Barcelona, em 57. Curiosamente, a ida para a Europa o afastou da Seleção.

Às vésperas da convocação para a Copa de 1958, recebeu telefonema do coordenador Carlos Nascimento. Pediu pra ser liberado e o Barcelona negou. Com a Espanha fora da Copa, a Liga não parou.

Em cinco anos, ganhou dois campeonatos e uma Taça. O site do clube aponta 226 jogos e 178 gols. Às vésperas da Copa de 62, o Barça sugeriu que se nacionalizasse pra abrir vaga de estrangeiro e ir ao Mundial pela Espanha. Evaristo recusou e assinou pelo Real Madrid.

Era forte, dono de técnica apurada e instinto assassino. Chutava com as duas pernas e cabeceava bem. Não media esforços para marcar gols. Foi campeão nacional nos três anos em Madri. Em 65, ao retornar ao Flamengo para os dois últimos anos da carreira, tinha jogado, por exemplo, com os húngaros Puskas, Kubala e Kocsis, além do argentino Di Stefano.

TÉCNICO - Trouxe da carreira muitos ensinamentos para a aventura como treinador. "Jogador já sofre muito com a crítica da imprensa e torcida. Tem que ser humano, saber acolher", ensina. "Eu buscava entender todos os problemas dos jogadores, mas procurava não intervir na vida pessoal, exceto se algo atrapalhasse o clube".

Começou no América-RJ, passou pelo Fluminense e foi campeão no Santa Cruz até chegar ao Bahia, em 73. Campeão Baiano na estreia, acumulou taças ao longo das décadas seguintes. Conquistou o Baiano de 1988, 98 e 2001, o Brasileiro de 1988 e o Nordestão de 2001. "Por ser carioca, ajudou. As pessoas têm um pouco a ver. Eu moro na frente da praia, gosto do mar. Ajudou na integração; coisa de espírito".

Evaristo de Macedo Filho tinha hábitos. Por anos, era fácil vê-lo disputando coletivos. Na hora de ensaiar lance ou falta, curtia pegar a bola e mostrar ao invés de falar. Para diminuir a pressão
no grupo, nada de comparação. "Claro que cada um tem ídolos, referências, mas só comentava algo quando o jogador perguntava. Buscava me limitar ao trabalho no clube".

A relação era diferente com a diretoria. Evaristo sabia que não dava para montar um time campeão sem jogadores especiais. "Só com jogador de porte médio, você vai ser mediano. Os clubes menores têm bons jogadores, mas falta aqueles de alto nível, que decidem, chamam o jogo. É preciso um ou dois assim".

Treinou outros times como Grêmio, campeão da Copa Brasil 97, Corinthians, Flamengo ou Vitória. Seleções foram três: Iraque, Catar e Brasil. Na nossa, algo que nunca aconteceu quando jogador: sucumbiu à pressão de uma sombra, a de outro Mestre: Telê Santana.

VOTO A VOTO

Evaristo de Macedo (11)
Antonio Carlos Junior, Benedito B. de Melo, Binha de São Caetano, Douglas, Marcelo Guimarães Filho, Marcelo Sant´Ana, Marcos Lopes, Nestor Mendes Jr, Ricardo Chaves, Saturnino Lima e Virgílio Elísio

Geninho (2)
Ivan Pedro e Marito

Zezé Moreira (1)
Paulo Maracajá

*Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio do dia 5 de fevereiro de 2011

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