Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, e Ricardo Teixeira, ex-mandatário da mesma entidade, foram incluídos na lista de dirigentes do futebol denunciados pela Justiça dos Estados Unidos, nesta quinta-feira. Eles são acusados de corrupção e conspiração e podem pegar até 20 anos de prisão por causa dos crimes que estão sendo investigados.
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| Del Nero já havia deixado de viajar para fora do Brasil por medo de ser preso pela FBI. Foto: reprodução / Goal |
Ao todo, o Departamento de Justiça dos EUA anunciou que mais 16 dirigentes foram incluídos na investigação, todos de entidades das Américas do Sul e Central. Dois deles, o paraguaio Juan Ángel Napout (presidente da Conmebol) e o hondurenho Alfredo Hawit (presidente da Concacaf) foram presos em Zurique mais cedo. Essa operação do FBI já investiga 41 dirigentes atualmente, inclusive outro brasileiro, José Maria Marin, que está preso e foi deportado para Nova York recentemente. "Del Nero, Marin e Teixeira conspiraram de forma intencional para criar um esquema para fraudar a Fifa e a CBF. Del Nero recebeu propina para a Copa América e para a Copa do Brasil. Ele ainda pediu, ao lado de Marin e Teixeira, propinas para a Copa Libertadores da América. Eles privaram a CBF e seus direitos", anunciou o documento da Justiça americana. Além das suspeitas sobre essas competições, ainda podem haver casos de corrupção no contrato entre a Nike e a CBF e até na escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo, em 2010, e na eleição para presidente da Fifa, em 2011.
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| Ricardo Teixeira foi presidente da CBF de 1989 até 2012. Foto: reprodução / Goal |
Del Nero chegou nesta manhã na sede da CBF, não saiu mais e sequer se manifestou sobre a investigação por enquanto. Ele não vinha realizando viagens internacionais desde maio, quando a Fifa prendeu Marin e começou a investigar dirigentes sul-americanos profundamente. O presidente também não apareceu nas entregas dos troféus para Corinthians, campeão brasileiro, e Palmeiras, vencedor da Copa do Brasil. Ele até abriu mão de seu posto no Comitê Executivo da Fifa, também como modo de se esconder do FBI. O Brasil não tem um acordo para extradição de réus com os Estados Unidos, o que pode dificultar a prisão de Del Nero. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a Justiça americana tem buscado um acordo de cooperação para prender ou pelo menos ouvir Del Nero. De qualquer forma, ele pode ser suspenso pela Fifa e assim ser obrigado a sair da presidência da CBF.
