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Pai e filha não se desgrudam durante evento na Chapada |
Ver pai e filha viajando é algo comum em qualquer lugar do mundo. Mas e que tal embarcar em busca de aventuras e participar de uma ultramaratona de moutain bike de quase 600km? Essa é a história dos romenos Gyurka Zsuzsa, de 15 anos, e Mircea Gustav Robert, mais conhecido como "RoBike", de 41. Pela equipe NoMad Merida, eles disputam um torneio juntos pela primeira vez na Chapada Diamantina, a Brasil Ride 2012, na categoria Mista.
Veja também Dupla de Portugal larga na frente na Brasil Ride Galeria de fotos: largada, belas paisagens e superação Ciclista há dois anos, Gyurka chama a atenção no evento pela sua seriedade. Difícil ver a garota sorrir e deixar o foco da competição de lado. Afinal, ela é a mais jovem a participar da Brasil Ride e desbravar as trilhas de Mucugê e Rio de Contas não é fácil. A influência para prática do mountain bike veio do pai que, pedala há 30 anos. "Nasceu dentro de mim e eu curto muito. O nível no meu país é fraco e nós competimos por vários países, como Hungria, Holanda, República Tcheca, Búlgaria, Turquia... É a primeira vez que a gente vem ao Brasil e a primeira vez que competimos juntos", conta RoBike, que já projeta participar da edição 2013 da Brasil Ride. "Nós participamos em busca de uma alta performance. Nós queremos deixar boas impressões e voltar ano que vem". Sobre pedalar ao lado da filha, ele não esconde o orgulho. "É tranquilo e muito bom ter esse suporte da minha filha". A jovem Gyurka aproveita para brincar com o pai. "Eu empurro ele", diz aos risos. RoBike rebate, também aos risos: "é só uma piada, e eu posso provar".
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Eles completaram a primeira etapa em pouco mais de uma hora |
Futuro - Prestes a completar 16 anos - o aniversário dela é no dia 29 de setembro -, Gyurka Zsuzsa ainda não sabe direito o que fará no futuro. Patrocinada pela Red Bull, ela tem tudo para vingar no esporte, mas pensa um passo de cada vez. "Agora, meu sonho é fazer parte de uma equipe internacional. Talvez ir para Itália. Eu gosto muito da Itália". Perguntada sobre se deseja viver do ciclismo, ela titubeia. "Não sei ainda, vivo pensando nisso...", mas depois responde: "sim". A vida de atleta afasta Gyurka da escola, mas ela garante que isso não é problema e dá uma lição. "Todo mundo pergunta: cadê aquela menina que quase nunca vem? Eles não entendem isso. Mesmo assim eu sou a primeira da classe. O aprendizado que eu adquiro durante as viagens não é ensinado na sala de aula". Em tempo: pai e filha completaram a primeira etapa da Brasil Ride em 1h24m.
*O repórter viajou a convite da Brasil Ride