Igor Julião já provou que é um personagem pouco frequente no futebol por ser um jogador politizado, que ama livros e defende as causas contra a homofobia. O lateral-direito do Fluminense precisou recorrer as redes sociais para rebater um rapaz que o provocou após uma postagem em seu perfil pessoal.
Na resposta ao homem, que apagou o tuíte, o atleta revelou um drama familiar vivido há um mês.
"Sou descendente de escravos e indígenas. Fui bolsista nos colégios particulares que estudei e terminei o ensino médio em uma escola pública. Tive um tio homossexual que se suicidou há 1 mês atrás, por não suportar mais homofobia. Defendo tudo o que eu vivo", escreveu o jogador no Twitter.
Sou descendente de escravos e indígenas. Fui bolsista nos colégios particulares que estudei e terminei o ensino médio em uma escola pública. Tive um tio homossexual que se suicidou há 1 mês atrás, por não suportar mais homofobia. Defendo tudo o que eu vivo. https://t.co/Xo2JpPgCHo
— Igor Julião (@IgorJuliao2) 30 de dezembro de 2018
Em entrevista, no início de dezembro, Igor Julião mostrou uma faceta que poucos conheciam. Informou que votou em Fernando Haddad no segundo turno para presidente do Brasil, quando foi vestido com uma camisa de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro executada em março de 2018.
"Usei a camisa da Marielle porque representa algo importante para mim. Mas não entrei em discussão com nenhum jogador. Cada um vota em quem quiser".
Também falou sobre o seu amor pelos livros, principalmente de Friedrich Nietzsche, além de ser fã da mexicana Frida Kahlo. O lateral ainda comentou sobre o registro feito no metrô do Rio, na saída do Maracanã, após o Fluminense vencer por 1 a 0 o América-MG e se garantir na Série A do Brasileiro de 2018.
O pensamento crítico de Igor Julião foi o mais chamou a atenção durante a conversa. Inclusive em relação ao futebol. A cultura do esporte, onde machismo e homofobia estão enraizados, incomoda o jogador.
"É um lugar extremamente hostil para alguém da comunidade (LGBTQ) ou uma mulher trabalharem. E não adianta eu brigar com as pessoas porque essa é a mentalidade do meio. Na posição em que estou hoje não vale a pena comprar uma briga dessas", opina o jogador, que lembra de casos com os quais se deparou ao longo de seis anos de carreira."Falo por conhecer pessoas que são homossexuais e não podem se assumir com medo de perder o emprego e da torcida. Seja jogador ou outras pessoas que trabalham no futebol. Triste isso, né?".
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Redação iBahia
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