Para Diego Hypólito, as histórias que circulavam no meio sobre Fernando de Carvalho Lopes eram, à época, vistas como “fofoca”. A proporção que as denúncias tomaram, porém, fez com que o ginasta lembrasse dos traumas pelos quais ele próprio passou no esporte. No caso, humilhações por atletas mais velhos, quando iniciava a carreira.
—Foi a primeira vez que eu tive coragem de contar pra minha mãe que eles me faziam ficar pelado, e pegar com o ânus uma pilha colocando uma pasta de dente em cima. Neste dia, quando aconteceu isso, eu tive um ataque epilético e, depois, não consegui fazer a prova toda — recordou Diego ao “Jornal Nacional”.
O ginasta demonstrou espanto com a acusação sobre Fernando: — Achava que era um telefone sem fio, que era fofoca. Eu acredito que alguma coisa existe. Não é possível. É muita gente, é impressionante. Eu não fazia ideia. São muitas crianças. É chocante.
O escândalo na ginástica brasileira vem no esteio de um caso similar ocorrido nos Estados Unidos. Lá, Larry Nassar foi julgado e condenado a mais de 360 anos de reclusão por abusar de ginastas americanos durante décadas.
“Devastada ao ouvir sobre os muitos ginastas no Brasil que foram abusados. Sobreviventes devem ser ouvidos, e a Justiça deve ser cumprida. Como deveria ser em todo lugar. Mundo da ginástica, repito, grito o mais alto que posso, ISTO É MAIOR DO QUE NASSAR. Federação Internacional e Comitê Olímpico Internacional, atuem agora. Não podemos esperar mais”, escreveu nas redes sociais a ginasta Aly Raisman, dona de seis medalhas olímpicas (três de ouro) e uma das mais de 300 vítimas a denunciar Larry Nassar.
No fim do dia de ontem, a Confederação Brasileira de Ginástica anunciou que irá adotar “providências urgentes” a respeito do tema, “em consonância com orientações do Ministério Público do Trabalho”. Fernando de Carvalho Lopes nega todas as acusações.
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Redação iBahia
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