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Brasileiro Ricardo Mello esteve na competilção este ano |
O namoro que já durava 11 anos chegou a fim. O Brasil Open, maior torneio internacional de tênis do país, saiu das quadras da Costa do Sauípe, no litoral norte baiano, e se mudou para São Paulo. Apesar de perder o posto de sede do único evento ATP (Association of Tennis Professionals) no Brasil, com pontuação no Circuito Internacional, a direção da Federação Baiana de Tênis (FBT) minimiza as perdas para o esporte no Estado e aponta o Carnaval como principal "culpado" pela mudança.
"Carnaval na Bahia é religião. Nada cresce no seu entorno. A cada dois anos as datas coincidem, e quando isso acontece a logística fica mais cara. Esse foi o motivo que desgastou, mas é uma conversa de bastidores que já existia há alguns anos", explicou Gian Biglia, presidente da Federação Baiana de Tênis. A direção de marketing da Costa do Sauípe segue o argumento apresentado pela FBT e afirmou que
"O evento acontecendo no carnaval tiraria estoque de vendas dos hotéis".
"Não vamos encarar isso como velório. Existe uma perda real econômica e financeira, e principalmente pra o turismo em si. Para o esporte eu não posso dizer que há um prejuizo. O tênis da Bahia e do Brasil não é só o Brasil Open", opinou Gian, que ainda ressaltou que o torneio não deixa de acontecer, mas só está "mudando de lugar".
Sobre a nova sede do Brasil Open, Gean Biglia se disse "curioso" sobre como será o desempenho da capital paulista na organização do evento. "Eu guardo uma curiosidade, uma expectativa de como vai ser em São Paulo. A própria questão da estrutura, eles vão fazer o evento no Ibirapuera, vão improvisar duas quadras, os treinos serão num clube ao lado... Sem falar que o Ibirapuera tem problemas com estacionamento", enumerou, se referindo às possíveis dificuldades que os paulistanos podem ter.
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Governador Geraldo Alkimin esteve no lançamento em São Paulo |
Outro lado - Aos 63 anos, mais de 30 deles ensinando tênis para crianças, jovens e adultos baianos, Pedro Silva, professor na Associação Atlética da Bahia e no Clube Costa Verde, vê o recente anúncio como uma má notícia para o Estado. "É uma perda muito grande, não deixa de ser. É o único torneio desse porte realizado na Bahia. Vamos deixar de ver muitas promessas que sempre aparecem. Era um espelho para a turma", disse.
Ainda assim, o experiente professor acredita que os 11 anos de Brasil Open poderiam ter trazido mais benfícios para o esporte. "A não ser pela participação de alguns tenistas baianos, não teve muitos benefícios. Até mesmo para assistir, é muito longe do centro da cidade, é preciso ficar hospedado lá ou voltar para Salvador à noite, quando acabam os jogos. Muito complicado".
A opinião do ex-tenista profissional Fernando Meligeni, mostra que entre os jogadores a mudança pode ser encarada como positiva. Em sua página no Twitter, o atleta divulgou a seguinte mensagem:
"Me perguntam se o Nordeste perde com a ida do torneio. Temos que parar de chorar quando a coisa muda. O torneio ficou mais de 10 anos lá e nunca foi visto pela galera. Sempre reclamaram que era longe, em hotel, nem a galera de Salvador ia. Entao... que venha pra SP. Se a informação que o Brasil Open veio pra SP for verdade é uma grande notícia. Que legal. Torcendo pra ser verdade. Vai ajudar muito o tênis".
Compensação - Em nota divulgada pela Secretaria do Turismo do Estado, foi anunciado que: "em substituição ao Brasil Open de Tênis, a Bahia receberá uma edição da Copa América de Beach Soccer, cujo local e data de realização do evento ainda serão definidos pela Koch Tavares", mesma organizadora o Brasil Open.