O presidente do Boa Esporte, Rone Moraes, teve que se justificar para as filhas após anunciar a contratação do goleiro Bruno Fernandes, condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pelo assassinato e pela ocultação do cadáver de Eliza Samudio e por ter sequestrado e mantido o próprio filho, Bruninho, em cárcere privado.
O dirigente de 49 anos conta que ele e seus irmãos, também diretores do clube, foram os responsáveis por dar uma nova chance a Bruno. "Eu encaro da seguinte forma: cada ser humano tem um pensamento, e cada um tem uma filosofia de vida. Mas a gente tem que conversar e explicar. As pessoas às vezes vêm conversar com você e estão com duas pedras na mão. Então, a gente tem que atender as pessoas, como a imprensa, de uma forma que você tem que mostrar às pessoas que o que o Bruno fez não é o certo, mas que ele tem direito de voltar à sociedade. E ele precisa fazer uma coisa que é o futebol. Eu tenho e tive que explicar ainda para muitas outras pessoas, amigos e família. Tem pessoas, no meu ciclo de amizades, no meu ciclo comercial e de clubes, que estão apoiando. Mas só que tem pessoas que não têm a coragem que nós tivemos aqui no Boa Esporte Clube", explicou Rone, que admitiu que teve que se explicar para suas duas filhas de 16 e 19 anos, além de outras mulheres na família.
"Mas eu sou uma pessoa que gosta de um desafio. O Boa não está fazendo nada de errado, o Boa não é um Tribunal de Justiça, o Boa é uma entidade do segmento do esporte. E o Bruno sabe jogar futebol. A profissão dele é atleta de futebol", completou. Apesar do bonito discurso, a decisão não trouxe reflexos positivos para o clube. Até agora, quatro empresas suspenderam seus patrocínios ao clube. Bruno aguarda o julgamento de seu caso após a condenação em liberdade. Caso seja julgado e a condenação seja confirmada em segunda instância, o goleiro terá de retornar à prisão.
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Redação iBahia
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