Redação Goal Brasil e Argentina duelam neste sábado no chamado Superclássico das Américas. Embora seja apenas um amistoso, o encontro tem grande importância: em primeiro lugar pela rivalidade em si, e depois pelo fato de ser realizado no centenário desta que é considerada como uma das maiores rivalidades futebolísticas do mundo. Seja em clubes ou, principalmente, com as seleções, Brasil x Argentina segue mexendo com emoções nos dois países.A história do confronto teve seu pontapé inicial dado no dia 20 de setembro de 1914. O scratch brasileiro tinha acabado de nascer e meses antes tinha a marca de 100% de aproveitamento: um jogo, uma vitória! O próximo desafio estava marcado para Buenos Aires, e valeria a disputa da Taça Julio Roca. No entanto, problemas de atraso no navio que levou os jogadores da CBD (Confederação Brasileira de Desportos, predecessora da atual CBF) fez com que os argentinos adiassem a disputa do troféu: a partida daquele dia 20 teria caráter meramente amistoso.
Mal sabia Antonio Piaggio, meio-campista argentino, que estaria dando o pontapé inicial de uma rivalidade centenária no mundo da bola. Outros encontros entre brasileiros e argentinos já haviam acontecido em gramados sul-americanos, mas desta vez eram duas seleções reconhecidas pela Fifa. Os hermanos levaram a melhor no estádio do Gimnasia y Esgrima de Buenos Aires: 3 a 0, gols de Izaguirre (2) e Molfino. Naquele dia, os times entraram em campo com as seguintes escalações:Argentina: Muttoni; Roberto González, Arturo Reparaz; Aldea, Molfino, Santiago Sayanes; Juan José Lamas, Roberto Leonardi, Antonio Piaggio, Izaguirre, Francisco CrespoBrasil: Marcos Carneiro de Mendonça; Píndaro, Nery; Octavio Egydio, Lagreca, Pernambuco, Millon, Oswaldo Gomes, Friedenreich, Bartô e ArnaldoNo entanto, a revanche brasileira seria dali a uma semana. Entre uma partida e outra, o Scratch ainda bateu o combinado argentino que jogou pelo Columbian. Quando a Copa Roca já estava valendo, Ruben Salles, jogador do Paulistano, fez o gol que deu ao Brasil seu primeiro troféu: 1 a 0 no mesmo estádio da capital argentina. Assim como o futebol foi ganhando mais fãs no mundo, a rivalidade em campo entre Brasil e Argentina foi aumentando. Histórico
Várias disputas e encontros foram travados entre os países, que passaram a contar com infinitos craques defendendo suas bandeiras: de Labruna a Zizinho; Peucelle a Leônidas da Silva; Sastre a Heleno de Freitas; Manuel Moreno a Didi; Di Stéfano a Garrincha; Zico a Mario Kempes... Pelé a Maradona. Os dois países passaram a ser o berço dos melhores jogadores do mundo. Se nas décadas de 1920, 1930, 1940 e boa parte de 1950 era a Albiceleste que levava maior vantagem, a partir da geração de campeões mundiais a Seleção dominou o confronto.A balança voltou a pender para os vizinhos sul-americanos a partir de 1978, quando Mario Kempes ajudou os argentinos a vencerem o Mundial em seus domínios. Mas para chegar até a final contra a Holanda, a Albiceleste goleou o Peru em jogo pra lá de polêmico que acabou eliminando os brasileiros daquele torneio. A ascensão de Maradona deu ainda mais moral para os hermanos, que encontraram um camisa 10 para dizer: “és mejor que Pelé”. A polêmica é motivo de discussões até hoje. Rivalidade construída por duas das principais escolas de futebol do mundo, pavimentada pelos maiores craques do esporte e glorificada com golaços e lindos lances. Com Neymar de um lado e Messi do outro, Brasil e Argentina não disputarão apenas um amistoso neste sábado, no estádio ‘Ninho de Pássaro’, na China: darão continuidade a um embate tão importante quanto uma partida de Copa Roca, Copa América, das Confederações ou do Mundo. Canarinho x Albiceleste é um dos pilares dos confrontos entre seleções de futebol.
Maior goleada: Argentina 6x1 Brasil (1940) | Maior vitória brasileira: Brasil 6x2 Argentina (1945) | Em Copas do Mundo: quatro jogos, duas vitórias para o Brasil (1974 e 1982), um empate (1978) e uma vitória argentina (1990) | Finais de Copa América: Argentina 2x0 Brasil (1937), Argentina 2x0 Brasil (1946), Argentina 1x1 Brasil (1959, Albiceleste campeã), Brasil 2 (4)x(2) 2 Argentina (2004), Brasil 3x0 Argentina. | Final da Copa das Confederações de 2005: Brasil 4x1 |
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