A partir de hoje (13), a cidade histórica de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, sediará a sexta edição anual da Feira Literária Internacional (Flica). O evento contará, até domingo (16), com a presença de autores nacionais e internacionais, além de atividades culturais.
A abertura do evento será com a escritora carioca Mary Del Priori, com a mesa “Histórias da Gente Brasileira”, título de sua obra mais recente. A mediação será do secretário estadual de Cultura e professor Jorge Portugal. Além de Del Priori, estão confirmados escritores como Eduardo Spohr, Scarlet Rose, Milton Hatoum, João Filho, Mônica Menezes e Ana Maria Machado, homenageada desta edição.
“Escolhemos Cachoeira porque tem representatividade e uma importância muito grande para os afrodescendentes do Brasil. A gente quis criar um evento que pudesse contemplar também a literatura negra, porque geralmente não é tão pautada nos outros eventos pelo país. E a gente sempre quis que a literatura negra estivesse presente e tivesse a mesma evidência que as outras”, destacou o curador e coordenador da Flica, Emmanuel Mirdad.
No fim de semana, um dos convidados será o escritor colombiano Juan Gabriel Vásquez, a poeta mineira Ana Martins Marques, o paulista Antônio Prata, a professora baiana Ângela Vilma, o pesquisador estrangeiro Kabengele Munanga (Congo), Conceição Evaristo, entre outros.
Mirdad conta que mesmo com a homenagem em vida a Ana Maria Machado, em cada edição um centenário de nascimento é lembrado, quando ocorre. Este ano, a homenageada será a escritora Zélia Gattai (1916-2008). Uma mesa vai debater a obra da escritora, que foi casada com o escritor Jorge Amado. Para isso, foram convidadas a professora Jailma Pedreira e a neta do casal, Maria João Amado.
“Será um momento em que uma especialista vai falar sobre a obra da escritora, e a neta dela vai falar da vida pessoal da avó. Maria João Amado que, além de neta, é a diretora da Casa e Museu Jorge Amado, no Rio Vermelho”, destaca Mirdad.
Além da programação de mesas literárias, sessões de autógrafos e atividades culturais, a Fliquinha será destinada exclusivamente às crianças, paralelamente ao evento principal. Apresentações teatrais, contações de estórias, bate-papos, encontro com escritores infantis, shows de mágica e atrações musicais serão algumas das atividades voltadas para o público infantil, incluindo crianças de escolas locais e de cidades vizinhas.
A Flica 2016 será encerrada com a divulgação de uma manifestação cultural da cidade de Cachoeira, o Caruru dos Sete Poetas, no último dia de festa, começando de manhã. Segundo a organização, a proposta é realizar um evento dentro de outro evento (O Caruru dos Sete Poetas dentro da Flica). O sarau mescla elementos literários, com recitais de poesias, e a cultura religiosa afro-brasileira, com referência aos santos católicos São Cosme e São Damião.
Toda a programação do evento, com horários, locais e detalhes das obras e escritores convidados podem ser consultados no site oficial da Flica .
Cachoeira fica a 130 quilômetros de Salvador, no Recôncavo Baiano. Com arquitetura colonial e casarões antigos, a cidade já foi local de passeio da Família Real, no período Brasil colônia. Palco das primeiras lutas na Bahia, durante a guerra pela independência no Brasil, Cachoeira ganhou o título de Cidade Heróica. Desde 2008, a capital da Bahia passa a ser, simbolicamente, Cachoeira no dia 25 de junho.
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Redação iBahia
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