Falar de sexo ainda é um tabu, principalmente quando o assunto surge em famílias cujos filhos estão na adolescência. Muitos pais se sentem apavorados só de pensar que um dia precisarão conversar sobre o tema com os jovens. A proximidade do carnaval pode ser uma boa oportunidade para abordar a questão.
— Os adolescentes estão em transformação hormonal e corporal. É nesta fase que eles começam a ter mais pelos. Os meninos têm ereções espontâneas e as meninas menstruam e desenvolvem seios. É neste período que eles passam a ter interesses de cunho sexual e querem entender o que está acontecendo com eles — explica explica Ellen Moraes Senra, psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental:
— É comum que, diante de tantas mudanças, sintam necessidade de saber mais sobre o tema, mas isto gera muita insegurança nos pais, o que acaba fazendo com que eles não saibam conversar sobre o tema com os filhos.
Na visão da especialista, é importante que, a partir dos 12 anos, o adolescente tenha com quem conversar sobre o assunto, sejam os pais, algum parente de confiança, um pediatra ou profissional de psicologia. — É preciso ter um diálogo aberto para tirar todas as dúvidas pertinentes. Justamente por ser uma fase de descoberta e de experimentação. É importante que o adolescente saiba o que fazer, como fazer e entender como seu corpo responde aos diferentes estímulos para que ele não caia em uma cilada — alerta Ellen.
É na fase da adolescência que os filhos iniciam a masturbação, descobrem sua sexualidade e, na maioria das vezes, inicia sua vida sexual. O ideal é que os pais não deixem para iniciar a abordagem do tema apenas na adolescência. Em média, as mudanças corporais começam a aparecer por volta dos 9 anos, tanto nos meninos quanto nas meninas. É nessa fase que as dúvidas começam a aparecer.
Seja sempre transparente
Nem sempre os pais ou responsáveis se sentem preparados para conversar sobre o assunto com os adolescentes. Na visão da terapeuta sexual Danni Cardillo, ser transparente é fundamental: — Se você não sabe a resposta, dar apenas um “não” e ficar em silêncio vai ser muito pior. Esse assunto precisa ser falado, mesmo que você não saiba, é preciso pesquisar.
Para a especialista, o ideal é que os pais se coloquem como uma referência para os filhos, seja qual for o assunto. — No passado, a criação era diferente. Por isso, muitos pais não tiveram esta informação quando adolescentes e não sabem o que dizer nestas situações. A dica é ouvir o que eles têm a falar e contar sobre a própria experiência, sempre dizendo que com o filho pode ser diferente.
Para Danni, sexo e sexualidade devem ser temas que merecem investimento. — Todos investem em carreira profissional. Deveriam focar também na área sexual. O que mais vemos são adultos que transam, mas são frustrados.
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Redação iBahia
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