Quer ler conteúdos sobre sexo e autoestima de forma descontraída e bem-humorada? Você precisa conhecer o trabalho de Jacy Lima. A atriz, blogueira e youtuber baiana, de 28 anos, traz uma proposta completamente diferente em seus conteúdos ao adotar o melhor estilo "papo reto". "Eu gosto de usar um humor mais escrachado no vídeo e na legenda levo o assunto mais a sério, para chamar atenção das pessoas e falo abertamente sobre tudo", explica a influenciadora, que já tem mais de 140 mil seguidores no Instagram.
Além dos Stories diários, Jacy produz dois quadros fixos, o 'Papo de Quinta', em que com a ajuda de profissionais para falar sobre saúde e sexo, e o 'Que Babado é Esse?', onde conta histórias inusitadas sobre relacionamentos e fetiches.
Para produzir os conteúdos, Jacy tem como inspiração a avó e a tia e ainda conta com a interação dos seguidores. "Na minha família por parte de pai sempre falamos sobre sexo abertamente. E eu recebo muitos relatos dos meus seguidores, eles me pedem ajuda, tiram dúvidas e compartilham situações", acrescenta.
Dos seguidores, Jacy Lima "escuta" de tudo e mais um pouco. "Vários homens me pediram para falar sobre inversão, para desconstruir esse tabu, porque tem homens que gostam de serem penetrados sim. Tem vários relatos de que é super normal fazer xixi e cocô no outro. Além disso, teve uma seguidora que disse que saiu com um cara e descobriu que ele gostava de dividir mulher com o pai e o padrasto e ela topou", exemplifica.
Jacy mora no Rio de Janeiro há 20 anos, mas sempre que pode vem passar uns dias na capital baiana e garante que tem muito da Bahia no seu trabalho e jeito de ser. "Na Bahia todo mundo é muito tranquilo, bem resolvido e não tem muito tabu. Quando venho para Salvador consigo muito material para produzir. E eu sou muito baiana, a mão nas cadeiras e o 'oxe' estão sempre presentes".
A atriz e blogueira está no elenco da série “A casa da vó”, protagonizada pela cantora Margareth Menezes, com estreia prevista para dezembro no canal de streaming Wolo TV. A série mostra a vida de Teresa (Margareth Menezes), uma ex-funcionária pública bem-sucedida que acolhe seus quatro netos em casa.
Jacy Lima: Desde pequena sempre fui exibida e comunicativa, quando era criança queria ser dançarina da banda 'É o Tchan'. Na sala de aula e no laboratório, sempre gostei de sacanear meus amigos e até professores, já coloquei um vibrador em cima da bancada. Então, independente da área eu sempre estava brincando com relação a sexualidade.
Me considero super inteligente, consigo trabalhar em todas as áreas e preciso estar sempre produzindo para me sentir útil. Se perguntarem o que faço da vida, eu tenho um leque de coisas para fazer.
iBahia: Você fala sobre saúde feminina, autoestima, sexo e até dar conselhos amorosos. Como você escolheu essas temáticas?
Jacy Lima: Eu sofri abuso sexual na infância e até uma certo momento da minha vida fui muito retraída com relação ao sexo. Mas, eu nunca tive problema com meu corpo em si, nem com autoestima, nem com estética. Então, isso me colocou em um local de ter liberdade para falar desses assuntos. Eu trabalho na busca por esse lugar de se desconstruir, de ser livre e não ter medo de falar/fazer nada por causa de preconceito.
iBahia: Por que você acha que as pessoas sentem tanta dificuldade para falar sobre sexo e realizar seus desejos?
Jacy Lima: Sexo é um tabu tão grande. Se você virar para alguém e falar transei ontem, as pessoas ficam muito constrangidas. Qualquer coisa que seja muito íntimo as pessoas ficam constrangidas. A gente precisa naturalizar o que todo mundo faz.
iBahia: O que você acredita que pode ajudar no processo de desconstrução? Tem dicas?
Jacy Lima: As pessoas precisam buscar esse lugar de se desconstruir. Tem que se masturbar mesmo, usar vibrador, receber seu beijo grego e o que tiver vontade. Entrar nesse lugar de ser livre, não ter medo de falar/fazer por causa do preconceito. Aconselho assistir a série "Sex Education" e os filmes "Girls Trip" e "Ela quer tudo".
Além disso, explore seu corpo, principalmente as mulheres. Tire um tempo para se olhar, se tocar, ver se está cheirosa. E homens vocês precisam gemer (risos).
iBahia: Quando você começou a trabalhar na internet? Como é o processo de produção dos conteúdos?
Jacy Lima: Estava terminando meu curso de teatro e um professor perguntou o que íamos fazer depois do curso. Em uma aula de palhaçaria e improviso, eu levei a chocotona (uma vagina de borracha) e comecei a falar sobre sexo no improviso mesmo e o professor gostou. Aí eu comecei a fazer meus vídeos do 'Papo de Quinta' e a publicar no Instagram e na internet e lá fiquei. O intuito inicial era ter um espaço para ser vista pelos escritores e diretores.
iBahia: Como foi participar da série "A Casa da Vó"? O que foi mais desafiador?
Jacy Lima: É um marco muito importante na minha carreira. A série vem com o objetivo de ampliar esse leque fechado que o negro faz parte e eu gosto disso de sair do óbvio. O negro é sempre colocado ainda como empregado, motorista ou se for um papel importante é interpretado pelos mesmos atores. Inclusive, isso acontece muito com os influenciadores, são sempre os mesmos escolhidos para fazer publi.
Eu me senti muito segura do que estava fazendo. A dificuldade foi mais a de me entender com a câmera, porque eu gosto do ao vivo e a cores, gosto de falar as coisas naturalmente. Então, eu acho que quando a câmera não está ligada eu fluo muito mais.
iBahia: Após o lançamento da série, o que os seguidores e fãs da Jacy podem esperar?
Jacy Lima: Eu gosto de gente, do calor humano, por isso eu quero o palco, eu preciso fazer stand up. Tenho projeto e ele vai sair do papel, de uma forma inovadora, porque não quero simplesmente pegar o microfone e começar a falar, quero tocar as pessoas. Pretendo começar a fazer pequenas participações em apresentações de stand up em São Paulo, Rio e quero que minha apresentação solo seja aqui em Salvador.
Veja alguns dos conteúdos de Jacy Lima
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Redação iBahia
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