Kleber Rosa (PSOL) foi o quarto entrevistado da série do g1 Bahia com os candidatos ao governo da Bahia. O postulante foi sabatinado na manhã desta quinta-feira (25) durante 1h30 por quatro jornalistas da Rede Bahia: Fernando Sodake (apresentador da TV Bahia), Valma Silva (editora do g1 Bahia), Danutta Rodrigues (coordenadora de conteúdo do núcleo iBahia-rádios) e Emmerson José (editor-chefe da central de radiojornalismo).
Na sabatina, o postulante do PSOL falou sobre temas relacionados à educação, segurança pública, investimentos em infraestrutura, combate contra as drogas, apoio do PSOL ao ex-presidente Lula, entre outros.
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Por que quer ser eleito governador?
Mais do que desejar ser Governador, nós precisamos governar a Bahia, nós precisamos ocupar esse espaço sob pena de permanecermos nas mesmas condições, que se perpetua ao longo de décadas que é secular, o processo de exclusão, de naturalização da nossa fome da naturalização da nossa miséria. Isso é dado como algo normal nessa sociedade, mas nós não podemos tratar como normal, nós não podemos naturalizar. Portanto, é a minha história de vida que me preparou para ser governador da Bahia e para fazer na Bahia a abolição que o Brasil nunca fez.
Apoio do PSOL
"É notório para o povo brasileiro a tragédia que é Bolsonaro na presidência. É um presidente que pirraçou, ameaçou, torturou do ponto de vista ideológica, o povo brasileiro. […] Isso nos coloca uma responsabilidade muito grande, de todas as pessoas e instituições que têm responsabilidade com o estado de direito em achar uma alternativa para derrotar Bolsonaro. O PSOL pela primeira vez não lançou candidatura e estamos sim apoiando o ex-presidente Lula. Na Bahia, nós temos uma outra realidade. Aqui a gente vive uma experiência de uma gestão do PT que não reproduziu o que foi a gestão de Lula".
Legalização das drogas
"O álcool continua sendo um problema para a sociedade, sobretudo de saúde. Existem pessoas que têm problemas grave com álcool e esses problemas são entendidos como problemas de saúde. O que causa a violência, o que causa morte, não é o consumo em si das drogas, o que causa a morte é um 'proibicionismo'. O que causa morte é a lógica da criminalidade e a lógica do enfrentamento a essa criminalidade. Então se a gente quer resolver o problema das drogas de forma séria, nós temos que entender o problema das drogas como um problema de saúde"
Papel da Polícia Militar
"Nós precisamos colocar a Polícia Militar no seu lugar constitucional. O papel da Polícia Militar é preventivo e ostensivo. O modelo atual coloca a Polícia Militar em estado permanente de guerra e isso é um problema grave, isso faz com que a violência aumente, isso faz com que o Estado, ao supor está enfrentando a violência, seja na verdade um promotor de violões de violência, e promova ainda mais violência. Essa é lógica defendida e respaldada por Rui Costa. Ela é responsável pelo genocídio que acontece com a nossa população negra na Bahia"
'Ciclo completo da Polícia'
"O papel da polícia militar é prevenir que o crime ocorra, portanto é fundamental a presença da polícia militar. A polícia civil é o investigativo, ou seja, ela investiga, entrega pra para Justiça o chamado inquérito, que é o que dá embasamento para a análise. Antes do crime a Polícia Militar, a Polícia Civil depois do crime. O ciclo completo seria uma polícia que fizesse o trabalho completo: preventivo, ostensivo, investigativo [...] No entanto, obviamente que para fazer essa mudança é necessário uma reestruturação constituição das polícias"
Educação em tempo integral
"Eu defendo a escola em tempo integral sim, mas é necessário não pensar o tempo integral como acontece hoje, tanto no estado como na prefeitura, que é o estudante de manhã e de tarde na escola, em um processo enfadonho de sala de aula. É ruim para o aluno, é ruim para o professor. Eu sou professor posso falar isso. Nós temos que pensar é uma educação integral, uma educação que garanta ao aluno ao estudante o acesso à arte, o acesso à música, o acesso ao teatro, o acesso ao esporte e a minha proposta não é criar escolas e modelos que gestões carlistas criaram"
Lei de responsabilidade fiscal
"O estado é gerenciado para o interesse de setores da sociedade. Essa lei de responsabilidade fiscal é uma lei que impede garantia de direitos de trabalhadores, justamente para impedir que setores da sociedade sejam contemplados. Nós precisamos garantir a Lei de responsabilidade social. […] Eu escolhi governar para o povo e isso passa por fazer enfrentamento também a interesses econômicos, que costumam sugar o orçamento do estado. Para mim o que nós precisamos é uma lei de responsabilidade social que garanta que nenhuma pessoa passe fome, que todas as pessoas tenham direito à saúde"
Considerações finais
"Eu agradeço a receptividade, espero voltar outras vezes, tantas quantas forem necessárias. Te convido para caminhar com a gente por um programa sério, verdadeiro, de inclusão social. Convido nosso povo para fazer na Bahia a abolição que o Brasil nunca fez. Venha com a gente. Obrigado"
Série de entrevistas
Nesta semana, o g1 Bahia exibirá, ao vivo, uma série de entrevista com os candidatos ao governo da Bahia, sempre das 9h às 10h30. A ordem dos sabatinados foi definida em sorteio.
Confira ordem das próximas entrevistas: Giovani Damico (PCB) – 26/08 e Marcelo Millet (PCO) – 27/08.
Entrevistas anteriores:
A entrevista na íntegra está disponível em vídeo, e em áudio, como episódios especiais do podcast Eu Te Explico.
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Redação iBahia
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