Com um carisma único, Ivete Sangalo abriu o coração ao participar do videocast apresentado pelo maridão, Daniel Cady. No 'CadyCast', a artista entregou curiosidades e manias inusitadas e ficou com os olhos marejados ao falar sobre sua capacidade de superar obstáculos que puderem surgir tanto na vida pessoal, quanto na carreira musical que está prestes a completar 30 anos em 2023.
A filha de Maria Ivete Dias de Sangalo e Alsus Almeida de Sangalo rendeu boas risadas ao relembrar os perrengues do passado e também emocionou o público nos momentos que descreveu quê, mesmo com todas as possibilidades financeiras que tenha conquistado ao longo da vida, não perde as raízes e traz manias da infância até os dias de hoje.
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"Adoro comer mamão com pólen e abelha. Eu conheço a abelha pelo gosto, é uma coisa de painho. Adoro raiz: aipim, inhame, banana da terra. Lá em casa meus pais criavam estratégias, nem sempre foi farto. Minha mãe fazia um cuscuz com café e leite, e a gente comia quentinho. Ela jogava um pouquinho de açúcar, manteiga, quando tinha, e aquilo ali era um café da manhã", começou ela.
"Eu adoro fruta, eu não tenho nenhuma dificuldade em comer legumes e frutas. Eu mastigo as cascas das frutas. Quando eu e Daniel nos conhecemos ele levou um susto comigo comendo as cascas da melancia e os ossos da galinha. Eu como tudo, derrubei logo [o osso]", continuou.
"E aquela parte branca da melancia é super nutritiva", disse Daniel. "Painho já sabia. Ele dizia 'taca o pau na casquinha' [sic]", rebateu Ivete aos risos. "Daniel é romântico. Eu posso estar feia como for, ele vai me dizer que eu sou bonita de qualquer jeito", pontuou.
Daniel Cady, por sua vez, afirma que as gêmeas Marina e Helena têm as mesmas manias da mãe: "As filhas também são assim. Um dia desse Helena pegou uma coxa [de frango] e começou a roer o osso também. Deve ser DNA. É hereditário".
Ela também revisitou o passado quando citou a época de vendedora de quentinhas e também atendente de loja em um shopping localizado em Salvador. A artista conciliava as duas funções com o maior sonho: o de ser cantora. Para dar conta de todas as tarefas do dia, ela separava as horas que tinha durante a noite para se apresentar em bares espalhados pela capital baiana.
Com um look despojado, a artista que completou 50 anos de idade em maio do ano passado, se divertiu ao contar como conheceu Dito Espinheira, assessor pessoal da artista. Os dois se conhecem há 25 anos.
"Minha mãe se levantou da depressão, penhorou dois anéis, fez a comida e botou eu e Cynthia para vender quentinhas. E aí foi indo, 10 quentinhas, 15, e a gente comia o que sobrava. A gente entregava as quentinhas de ônibus, isso já em Salvador. Depois de um tempo eu vendia no shopping, eu mandava minha mãe caprichar e foi sucesso. Dito era tipo um RP dos shoppings. Conheci Dito, ficamos amigos e do que eu conheci a gente não se largou mais, uma loucura", relembrou.
Em busca de trilhar a carreira de cantora, Ivete contou que no início da carreira cantava nas noites soteropolitanas sem retorno financeiro: "Eu cantava nos barzinhos em troca da carne do sol e toda feliz, só queria tocar. A carne do sol eu comia porque a fome batia no fim da noite".
Banda Eva
Em 1999, após seis anos com seis discos lançados e hits como "Me Abraça", "Arerê", "Eva", "Carro Velho", "Levada Louca" e "Beleza Rara", Ivete deixou a banda para seguir carreira solo. Emocionada, a cantora se mostrou grata com a trajetória que construiu com o grupo.
"Na banda eu aprendi. Aprendi a olhar o último cara lá no fundo, a fazer repertório, foi lá que eu senti o público me correspondendo e eu falei: 'Essa é a minha profissão, vou cuidar disso".
Principais referências
Durante o bate papo, ela também rasgou elogios a cantoras que serviram de inspiração para a artista que ela construiu até então. "Daniela [Mercury] e Margareth [Menezes] foram as minhas maiores inspirações. Na época eu tinha elas [aqui na Bahia]. Dani cantava e dançava demais, eu fiquei paralisada assistindo, era uma terça-feira de carnaval. Márcia Freira era uma luz que transcendia. Eu ia para rua para ver Márcia. Baby [do Brasil] é uma outra cantora sinistra, a maneira que ela canta. Tem vários elementos na minha construção como cantora".
Ela também descreveu Carlinhos Brown como um gênio visionário da música não só baiana, como brasileira. "Da mesma maneira que eu vejo Michael Jackson eu vejo Carlinhos Brown. A mesma potência, de criatividade, de tudo. Ele é visionário". "Marcelo cresceu ouvindo Michael Jackson, as meninas também adoram", pontuou Daniel Cady.
Maternidade
Para Ivete, o nascimento dos filhos, Marcelo, Marina e Helena foi um acontecimento que a transformou em uma nova mulher, com diferentes vertentes desconhecidas até então. "Eu vivo uma coisa sensacional, avassaladora. É preciso ter muita coragem. É cair pra dentro, um amor desconcertante. Eles me transformaram. Eu dei uma acordada, foi a maior realização pessoal e tinha que ser com Daniel. A coisa que mais me dá alegria é ficar com meus filhos".
Ela também relembrou o começo do relacionamento com o pai das crianças, Daniel Cady. Os dois estão juntos desde 2011. "Quando eu conheci ele, eu me lembro como hoje, falei a uma amiga: 'Parece coisa de filme, esse é o pai dos meus filhos. Fui conhecendo ele, esse seco desgraçado […] me apaixonei por essa carniça".
"Esse vag*bund*. Eu coloquei ele em cima do trio e ele queixou uma mulher. Eu já tinha visto ele no píer e de cima do trio eu avistei ele lá em baixo na corda e mandei subir", relembrou ela aos risos. "Eu estava com a espada afiada para todas as mulheres. Eu calculei que as chances eram maiores com aquela outra", explicou ele.
Ivete e os 50
Durante a live, ela também analisou a chegada dos 50 anos. "Eu não menti que os 50 é um começo. Acho maravilhoso as coisas que vivi, gosto muito das coisas que fiz, do que vem acontecendo por mim, mas tenho sede em viver mais e para fazer mais. Tem coisas que está no hall das emoções. Gilberto Gil hoje ligou pra mim para falar de música, é uma coisa que não está em lugar nenhum"
Durante o carnaval, a cantora encarou uma verdadeira maratona. Só em Salvador, ela realizou três desfiles no circuito Dodô (Barra/Ondina). Na estreia da folia momesca, ela puxou um trio pipoca. Já nos demais dias, ela fez a alegria dos foliões do bloco Coruja.
“Espero que essa minha estada no trio elétrico, onde fiquei cantando 6h […] que parâmetros eu vou usar se não for os meus mesmos? O que é fato mesmo é o que está acontecendo agora. Se angustiar com essa expectativa [da idade] não dá. O nosso corpo vai mudar, mas eu nem me lembro disso”, pontuou a "mainha" dos "zamurinhos", apelido carinhoso dos fãs da artista.
Veja o vídeo abaixo:
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Lucas Sales
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