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Entrevista: ator Gero Camilo fala sobre o filme “Assalto ao Banco Central”

O global também revelou seus novos projetos no teatro e na música, e destacou a vontade de atuar nos palcos de Salvador

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21/07/2011 às 19:00 • Atualizada em 29/08/2022 às 4:03 - há XX semanas
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De passagem por Salvador para divulgar o filme “Assalto ao Banco Central”, que estreia hoje nos cinemas de todo o Brasil, o ator e dramaturgo Gero Camilo - famoso por atuações marcantes como nos filmes “Bicho de Sete Cabeças” e “Carandiru” -, conversou por telefone com o iBahia e falou sobre o seu personagem no longa, o crime que inspirou a produção cinematográfica e ainda revelou seus futuros projetos no teatro e na música – sim, ele também canta. Em “Assalto ao Banco Central”, Gero interpreta Tatú, um criminoso de 50 anos, especialista em túneis, que já usou suas habilidades para escapar de diversos presídios. Com personalidade violenta, Tatú, se revela pavio curto e por mais de uma vez entra em conflito com Doutor - engenheiro e comunista de carteirinha vivido por Tonico Ferreira. No elenco, a trama ainda conta com Eriberto Leão (Mineiro), Hermila Guedes (Carla), Lima Duarte (Chico Amorim), Milhen Cortaz (Barão) e Giulia Gam (Telma Monteiro).
Gero Camilo vive Tatú em "Assalto ao Banco Central
iBahia – Os criminosos do verdadeiro assalto ao Banco Central – ocorrido em Fortaleza, no Ceará, entre 6 e 7 de agosto de 2005, e considerado o segundo maior assalto a banco do mundo - ainda não foram identificados. Sem esse parâmetro, como se deu a construção dos personagens do filme? O Tatú é inspirado em algum personagem real? Meu personagem é inspirado na função que ele representa. O Tatú vai na frente do túnel, arranhando as unhas. Ele está em risco o tempo todo. Quanto à construção (dos papeis), o filme não é um documentário, portanto, ele se permite abrir essas possibilidades. iBahia – Quando se trata de um ‘crime perfeito’ como o assalto em questão, onde não há derramamento de sangue nem violência, a opinião pública não avalia este tipo de bandido da mesma maneira que um assaltante armado, por exemplo. Existe até uma certa admiração, por parte da população, diante de tal perícia e planejamento. Como você avalia o crime retratado no filme? Não queria levantar isso como apologia, mas essa admiração que você fala me lembra a do cangaço, apesar de os cangaceiros agirem com extrema violência. Mas o roubo foi muito inteligente, os assaltantes ficaram três meses planejando e construindo o túnel. O país, no fundo, ainda não sabe o que aconteceu, existem muitos caminhos a seguir ainda na investigação. O filme é uma parte desse processo.
Eriberto Leão, Hermila Guedes, Milhen Cortaz, Lima Duarte e Giulia Gam fazem parte do elenco de "Assalto ao Banco Central"
iBahia – Como se deu o processo de gravação com os atores? As coisas (gravações) se misturaram, não me lembro bem quanto tempo levou, mas o elenco é composto por atores que gostam do jogo. Os encontros entre os atores são um ponto positivo do diretor Marcos Paulo. iBahia – No site oficial do filme existe um canal de notícias sobre as últimas investigações sobre o caso e também há a possibilidade de o espectador/internauta enviar informações e denúncias que ajudem na resolução do caso. O filme tem essa pretensão de tentar desvendar o mistério? O filme é um organismo nesse processo, mas é uma ficção, não acho que tenha a pretensão de uma solução investigativa. Alguns caminhos são puramente artísticos, outros abordam conteúdos realistas. Mas no site existe essa interatividade do filme com as pessoas.iBahia – Mudando de assunto...em 2011 você estreou o elogiado espetáculo “A Casa Amarela”, no qual, além de interpretar Vincent van Gogh - pintor do século 19, considerado um dos maiores de todos os tempos -, também assina o texto do monólogo. Porque a escolha por Van Gogh? Salvador está no mapa da turnê da peça? Aos 14 anos li "Cartas a Théo" -que reúne correspondências trocadas entre o pintor e seu irmão - desde então já pensava em fazer algo sobre ele. Agora, aos 40, eu consigo resolver isso. Estou muito feliz. "A Casa Amarela" fica em cartaz, neste segundo semestre, na PUC de São Paulo, mas quero muito poder trazê-la para Salvador. Depois dessa entrevista vou me encontrar com meu amigo Luis Miranda (ator baiano), para comer uma acarajé da Dinha (risos) e devemos falar sobre essa possibilidade de trazer a peça para Salvador.
Gero interpreta Van Gogh no monólogo "A Casa Amarela"
iBahia – Além de atuar, você também dirige, escreve e canta. Tem algum projeto musical em andamento? Em breve, vou reestrear um musical chamado "Ópera Crua", com Téo Fernando e outros músicos. É uma ópera acústica, por isso, leva esse nome. Mas ainda estamos definindo o local. No teatro, tenho outro projeto, uma produção minha com a Camila Pitanga chamada “Lá Fora Está Chovendo Sempre”.

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