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GASTRONOMIA

Chocolate pra paladar nenhum botar defeito

Termina hoje (8 de julho) a primeira edição do Salon du Chocolat na América Latina. Em Salvador, o evento mistura dicas para a produção de chocolate, negócios e esclarecimento sobre a cultura do cacau

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08/07/2012 às 9:30 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:50 - há XX semanas
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Chocolate ao leite, fino, em tablete, crocante, da Bélgica, da França, do Brasil. Muita gente nem sabe a extensa variedade de tipos e origens da guloseima que tem no cacau sua matéria-prima. Durante o Salon Du Chocolat, entretanto, dúvidas e curiosidades sobre o tema podem ser sanadas enquanto o paladar tem momentos de puro prazer. O evento escolheu Salvador para estrear na América Latina e recebe o público, no Centro de Convenções (Costa Azul), até este domingo (8). A entradas podem ser compradas no local por R$10 (adulto) e R$5 (criança).
As boas-vindas aos visitantes é dada com o cheiro do cacau no ar
No andar inferior, cestas de cacau já dão as boas-vindas ao público. O cheiro no ar é um convite a adentrar o 4º andar do prédio. No primeiro espaço, expositores baianos levam ao público informações sobre produção do cacau, pesquisas com o fruto e negócios que tem sido desenvolvidos para fomentar o cultivo. Em salas à parte, discussões e palestras sobre o tema acontecem a cada hora.Com 26 anos de existência, a Coopag (Cooperativa Agrícola Gandu) dá suporte a cerca de 900 produtores de cacau do município baiano e, nesse momento, está em fase de experimentação na fabricação de chocolate. “Nosso trabalho é o de buscar mercado para dar fluidez ao trabalho dos produtores”, explica Ana Paula Souza, diretora-presidente da Cooperativa.Como demonstração de resultados de pesquisas recentes com cacau de diversos tipos (maranhão, pará, parazinho, catongo, comum, clones, entre outros), o Instituto Federal Baiano de Educação, Ciência e Tecnologia (de Uruçuca), expõe para os visitantes doce de leite pastoso (com 4% de massa de cacau), doce de leite de corte (com 2% de liquor do fruto) e amostras de chocolate com diferentes porcentagens de amêndoa. “Estamos promovendo produtos por variedade de cacau, como chocolates finos. Utilizando a mesma técnica de produção, mas diferentes amêndoas, até a composição sensorial muda ”, conta Biano Neto, professor, pesquisador e engenheiro de alimentos.Desse setor, o público passa por um corredor em que, através de painéis, tem a oportunidade de conhecer mais sobre a história da cultura do fruto mais celebrado do evento. No espaço infantil Chocolândia, crianças de 4 a 12 anos são introduzidas ao universo do chocolate através de jogos, desenhos e podem ter uma experiência multisensorial. Em uma trilha, a Mata Altântica é representada. “Elas sentem a umidade do espaço e, descalços, sentem as folhas nos pés. Exploram todos os sentidos e tocam o cacau aberto, as amêndoas fermentadas, secas e, por fim, provam o chocolate”, comenta Lakshmi Vallin, coordenadora das brincadeiras educativas. Ao final, do percurso, o pequeno João Neto Carvalho, de 9 anos, faz questão de dizer que aprendeu que os cachorros não podem comer chocolate: “Tem uma substância (bromina) que agridem o sistema nervoso deles”.
Especialistas deixam a programação extensa para quem quer aprender truques de manuseio do chocolate
Dos pequenos aos grandes empresários
“Estivemos presentes desde o 1º Salão (há 17 anos, na França). É a primeira primeira vez que o Salon acontece em um país tanto consumidor quanto produtor de chocolate. Queremos, aqui, chamar a atenção sobre o investimento na cultura do cacau”, diz Ricardo Bassani, gerente de marketing da suíca Nestlé. Dividindo o estande com a Garoto, que faz parte do casting da marca, a Nestlé dá truques para os amantes do chocalate através de aulas de preparo de bombons, bolos, além de expôr seus produtos. Com a demonstração de sua variedade de produtos, a Kopenhagen, que é uma empresa brasileira apesar do nome, estreia no evento. O presidente da marca, Celso Ricardo de Moraes, falou que o cacau baiano é tão importante quanto os importados (da Costa do Marfim e da Indonésia) para a fábrica, que fica no sul de Minas Gerais. “É importante estarmos aqui para o baiano saber a importância que o cacau daqui tem para nós”, disse.
A chocolatièr Dayse Cruz se diz, antes de mais nada, artesã, já que sua paixão pelo chocolate a inspira artisticamente na produção das guloseimas
No Salon, chocolates belgas, espanhóis, franceses e ingleses podem ser adquiridos por valores entre R$10 R$100. A inglesa Demarquette Fine exibe como diferencial produtos com caramelho salgado e outros compostos por flores (de R$20 a $40). Por outro lado, a francesa Fabrice Gillote anuncia suas exclusivas criações: tabletes de três camadas. De olho no mercado brasileiro, Julien Gillote, o gerente de vendas e filho do criador e artesão da marca (que carrega seu nome), confessa que procura parceiros por aqui: “O consumo de chocolate fino está crescendo no Brasil. Por isso queremos nos inserir e o Salon é um ótimo momento para isso”. Convidada pelo organizador do evento, Dayse Cruz, deixou sua equipe no Rio de Janeiro bem atarefada para expôr sua arte no Salon. Com uma produção semanal de oito a dez mil itens (entre variados tipos de doces com chocolate fino), a Fada do Chocolate não tem loja física, apenas um ateliê. Contudo, realiza vendas para todo Brasil através de um trabalho de 10 pessoas. O foco da empresa é claro: casamentos. Apesar disso, ela jura que vende para quem quiser. “De pedreiros a milionários. E sempre cobro o mesmo preço”, garante. A artesã chocolatièr, como se define, idealiza e produz arte em seus bombons, trufas e afins. Uma escultura de Jesus Cristo, inteiramente feira de chocolate, era uma das peças expostas em sua mesa que mais chamava atenção. “São 22 anos de experiência. Também dou consultorias e sou tão louca por isso que se ouço alguém falar a palavra “chocolate”, olho para trás para saber do que estão falando”, diz. Antes do sabor encantar, o visual de suas obras fisgam os visitantes do Salon. “Lindos os detalhes, as cores e a nobreza dos bombons”, brinca a estudante Maria Castro, 27. Os olhos e o paladar agradecem.

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