A pré-estreia do filme 'Mulher Rei' foi realizada em Salvador na quarta-feira (21), no UCI Oriente do Shoping da Bahia. No local, militantes, estudantes, jornalistas, gente das mais variadas profissões e todas com um único propósito: acompanhar a história da general Nanisca, que treina um grupo de mulheres guerreiras para proteger o reino africano de Dahomey.
Wanda Chase acompanhou todos os detalhes do filme e entrevistou diversas personalidades. Leia agora os depoimentos:
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- Dra Carla Akotirene
"Oi, minha irmã! Penso que o filme rompe com as narrativas ocidentais, sobre a mulher, na história oficial, ocupar um lugar de “outro” do homem. Como a gente percebe, as guerreiras do Daomé não estavam presas ao arquétipo de gênero construído pela Europa, no qual existe uma força de sedução feminina, o lugar de fragilidade e subordinação ao marido, filho ou patriarca. A identidade das africanas, foi capaz de desobedecer o próprio Rei, visando manter a lealdade aos caminhos contra-coloniais. Nossas ancestrais jamais precisaram ser salvas pelo suposto sexo mais forte. As agojie sempre foram as mais Fortes!! O filme mostra o protagonismo de nossas ancestrais, a irmandades e a conexão entre força anticolonialidade, destreza física e força espiritual.”
- Rita Batista - Comunicadora
“O filme me arrebatou, não só pelas atuações irretocáveis de Viola Davis- a general Nanisca, John Boyega, que interpreta o rei Ghezo, Thuso Mbedu - a jovem guerreira Nawi Lashana Lynch, que faz a veterana Agojie, Izogie, mas também por ver na telona um recorte importante da história da humanidade passado na África Central nos anos de 1800. A força do feminino impressa em cada fala, guiando a narrativa, mesmo com os embates do machismo e patriarcado - batalha que nós mulheres travamos até hoje. São mais de duas horas em que ñ se desvia o olhar e se revisita sentimos profundos, uma viagem de volta que a ancestralidade lhe convida a fazer e a representatividade põe à mesa para deleite de todos os sentidos. Assistam!”
- Rita Castro / Produtora Executiva
“Com um elenco impecável, o filme A Mulher Rei retrata a força e a luta do povo negro, sobre a liderança feminina sem medo ou submissão. Agojie, somos todas Daome ✊🏿”
- DJ Branco
“A Mulher Rei” , me fez pensar em minha avó, que hoje está em Orum, dona Noemia Ferreira do Amaral, foi minha avó, minha mãe e meu pai. Uma mulher batalhadora que criou sete filhos sozinha e alguns netos, eu sou o primeiro neto dela, não conheço meu pai, minha mãe me teve bom 16 anos de idade. Fui gerado a partir de uma paquera que minha mãe teve com um homem branco desconhecido que era cliente da minha vó na época que ela vendia acarajé na Praia de Patamares, em Salvador. O filme me fez refletir sobre a força, a determinação e a luta das mulheres negras como minha avó pela sobrevivência para sustentar e defender a família.”
- Monica Pita /Dentista
“O filme extremamente bem produzido, com fotografia, figurino e elenco fantásticos traz com maestria a força do povo preto, em especial as mulheres pretas que têm na representação da Viola Davis, o misto de força e doçura, superação, fé e a mensagem de que devemos continuar na direção de reocupar todos os lugares que são do nosso pertencimento e insistem em nos negar!“
- Margareth Menezes
“Os meus olhos lacrimejaram o tempo todo. Me senti naquele exército. Muitíssimo importante porque desperta em nós mulheres e homens negros uma memória do fundo do nosso ser. Alguma coisa que vai que além de ancestralidade. O filme tem o poder de despertar uma força que esta adormecida no nosso DNA. Toca nossos corações e mentes. Todo mundo que negros que queira conhecer um pouco mais sobre a luta antifascista devem ver esse filme. Viva Viola Davis! Salve todas as mulheres negras guerreiras do mundo! “
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