Exceto o bilionário Bill Gates que, em 2015, anunciou no TED Talks ‘The next outbreak? We're not ready’, a possibilidade de uma pandemia “onde as pessoas se sentiriam bem o suficiente enquanto estão infectadas para entrar em um avião ou ir ao supermercado”, a população mundial não acreditava - e tampouco estava preparada - para o que viveríamos a partir do ano de 2020. Tudo fechado e todo mundo em casa.
Proximidade virou um risco mortal.No dia 11 de março de 2020, quarta-feira, às 13h26, a Organização Mundial de Saúde declarou via Twitter que o mundo estava sob ‘estado de pandemia’. A verdade é que, por mais assustador que seja essa leitura/lembrança hoje, nós não sabíamos exatamente o que isso significava.Com uma série de restrições impostas para conter o avanço da Sars-CoV-2 no planeta, populações de todo o mundo se recolheram em casa, fechando comércios, interrompendo atividades diárias e necessitando – sem nenhum aviso prévio – inventar uma (nova) forma de viver e sobreviver ao caos.Fato é que não foi fácil!Segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o comércio brasileiro perdeu, em 2020, cerca de 75 mil pontos de vendas – entre inaugurações e fechamentos, representando a pior recessão desde o ano de 2016. Impulsionados pelos Microempreendedores Individuais (MEI’s), quando partimos para uma análise sobre o setor empresarial, dados do Ministério da Economia registram o encerramento de 1,04 milhões e a abertura de 3,36 milhões de empresas no ano de 2020, refletindo a importância dos pequenos negócios para o país.Resultando em inúmeras mudanças na forma de trabalho, um estudo feito pela IBM, com mais de 3.800 executivos de 22 países, revelou que a pandemia acelerou o processo de digitalização em 60% das empresas pesquisadas, e que 51% dos executivos ouvidos vão priorizar processos de digitalização em seus projetos ao longo dos próximos anos.Em nível Brasil, dados do Índice de Transformação Digital da Dell Technologies 2020 (DT Index 2020) apontaram que 87,5% das empresas locais (ou instaladas no país) realizaram alguma iniciativa direcionada à transformação digital, representando um volume maior do que a média mundial (80%).Difícil para uns e muito mais difícil para outros, a pandemia trouxe, em nível mercadológico, um sacolejo para as empresas que anteciparam a digitalização dos seus serviços, ingressaram em plataformas de marketplace, introduziram a atividade de delivery e modificaram as suas formas de gestão. Tudo ‘para ontem’, sem tempo para grandes estratégias, testes e planejamentos.Numa análise micro, entre os negócios que atendo enquanto empresa, o crescimento na presença online e na preocupação com a imagem em ambiente digital foram alguns dos principais despertares ocasionados pelo isolamento e distanciamento social. Hoje, mais do que ontem, profissionais e organizações já cobram e se cobram para a presença multiplataforma e para um ambiente digital efetivo, ativo e atualizado.Ainda compartilhando experiências, outro ponto que me despertou muito à atenção neste período de pandemia, foi a quantidade de empreendedores e organizações que não possuíam nenhuma reserva de capital para situações de incertezas. E quando falo aqui de incertezas, não me refiro a alguma coisa tão descontrolada como a COVID, mas sim algo como crise do setor, crise de imagem, queda nas vendas (produto ou serviço) e/ou recessão econômica.Seja modernizando o seu serviço ou entendendo importâncias que há tempos nós da comunicação já atentamos, preparar-se para instabilidades é algo que ouço hoje com mais frequência. Isso acaba demostrando como os negócios sobreviventes e os microempreendedores percebem o mercado de bens e serviços sob uma perspectiva nova, seja em nível de atuação, de gestão, de posicionamento ou até de precaução.De fato, nenhum de nós queria/gostaria de ter vivido o que estamos vivendo, mas ao longo desse tempo, temos – na medida do (im)possível – demonstrado resistência, teimosia, enfrentamento e superação às adversidades, acreditando que ‘seguir em frente’ seja o nosso principal compromisso enquanto empresários.Pensar, planejar, ter alternativas, ferramentas de controle, flexibilidade para mudanças e movimento de ação, precisam estar no modelo de gestão dos negócios, entendendo que crises existem e precisam ser administradas. E que, quanto mais preparados para instabilidades, menores as chances de um negócio ir à falência por falta de reação ou planejamento.Afinal, ninguém esperava uma pandemia.
De fato, é cansativo viver momento históricos.Rodrigo Almeida* - @rodrigoalmeidarpRelações Públicas, Mestre em Gestão e Tecnologia Industrial (SENAI - Cimatec), pós-graduando no programa de MBA em Tendências e Inovações, Palestrante, Professor Universitário de pós-graduação, Consultor e Diretor da agência CRIATIVOS.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
Redação iBahia
AUTOR
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade