Ninguém, absolutamente ninguém, discute a beleza da história de ‘O Rei Leão’. O desenho encanta legiões desde 1994 e até hoje é a menina dos olhos da Disney. O sucesso que ultrapassou as telas e há anos ganhou os palcos da Broadway acaba de receber uma roupagem tecnológica interessante, mas pouco funcional. Ainda com cara de animação, o material anunciado como live-action pouco supera a obra original e serve apenas para matar a saudade do público.
Quem lembra das cores vibrantes da savana e das coreografias e trejeitos dos animais no filme de 1994 percebe de imediato que a nova versão é um pouco sem tempero, com um punhado de cenas desnecessárias e cansativas, como a do pelo de Simba voando pela selva até sair de dentro do cocô seco de uma girafa (pra quê, Jeová?).
O filme é ruim? Não. De forma alguma. Só não impressiona e não é melhor que o original, mesmo com toda a tecnologia desenvolvida nos últimos 25 anos a serviço do cinema. Por outro lado, há de se elogiar os diálogos rápidos e animadinhos da dupla Timão e Pumba, além das boas dublagens feitas por nomes como Donald Glover, Beyoncé e Chiwetel Ejiofor.
‘O Rei Leão’ do século XXI vai lotar as salas de cinema, arrecadar muitos milhões de dólares, dividir opiniões e concorrer ao Oscar de melhor canção original. E está mais do que ótimo. A tentativa da Disney de repetir o excelente trabalho feito em ‘A Bela e a Fera’, por exemplo, falhou. A sofrida história 2.0 de Simba exilado pela culpa parece mais um documentário do Animal Planet do que aquele filme fofinho de 1994. Não dá para acertar sempre, né?
*Heyder Mustafá é jornalista e produtor cultural formado pela UFBA, editor de conteúdo da GFM e Bahia FM, apresentador do Fala Bahia e apaixonado por cinema, literatura e viagens.
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!