Na semana do Dia do Rock, um filme promete resgatar a história de um dos mais importantes artistas do gênero: Elvis Presley. "Elvis" chega aos cinemas brasileiros na quinta-feira (14) e traz a ascensão do cantor, como "Rei do Rock", até a morte precoce aos 42 anos. Em um projeto como este, os bastidores costumam contar a própria história, com direito a preparações incansáveis e curiosidades que se fundem à narrativa.
A cinebiografia de "Elvis", dirigida pelo cineasta australiano Baz Luhrmann, é um retrato sobre a vida e a época do cantor. Diferentemente do que se espera, a história é narrada sob a perspectiva do empresário que descobriu o cantor, o "coronel" Tom Parker (Tom Hanks), e não do próprio Elvis.
Leia também:
Pelas lentes de Luhrmann e de Parker - que é um narrador não confiável dentro deste contexto -, o telespectador vê Elvis sair de um cenário de pobreza para se tornar o "Rei do Rock".
Com o filme sendo considerado um dos favoritos para a temporada de premiações, histórias de bastidores e processos da produção do longa vêm a tona. Listamos o que você precisa saber antes de assistir "Elvis" no cinema.
Beale Street e a influência negra na música de Elvis Presley
Desde o início do século XX, a Beale Street em Memphis, no Tennessee, nos Estados Unidos, atrai músicos de blues e R&B. A fusão dos dois gêneros, em essência da música negra, resulta no primeiro entendimento de rock'n roll.
E se o gênero já teve endereço, é possível que seja aqui, um dos locais onde ocorreram grandes encontros e foi responsável pela ascensão de grandes nomes, como o próprio Elvis Presley. O cantor foi beber da fonte, nos clubes noturnos, e com alguns dos maiores músicos negros da história da música americana, como Sister Rosetta Tharper, Little Richard e BB King.
Foi neste lugar que Elvis foi encontrar o rock and roll que moldou a própria carreira. Há quem diga, inclusive, que a trajetória de Presley nada seria sem a música negra. É preciso destacar, que mesmo o "Rei do Rock" tendo os méritos, seja pela revolução musical ao levar o groove dos guetos ao mainstream, e cultural, pelas roupas, rebolados e toda construção estética, a música feita por Elvis era influenciada por esses artistas, que nunca conseguiram ascender no mercado.
O filme traz essa abordagem, e como disse a atriz Yola Quartney (Sister Rosetta Tharper) em entrevista ao Fantástico, houve uma preocupação de não "branquear" a história de Elvis Presley.
“O diretor teve a preocupação de não branquear a história, como eu acho que todo mundo branqueou a história de Elvis", disse Yola Quartey.
Na mesma entrevista, o ator Kelvin Harrison Jr. (BB King) destacou que a presença de Elvis de certa forma também contribuiu para expansão da arte negra no período. Mas, em complemento, Alton Manson (Little Richard) não deixou de lembrar o período de segregação e a falta de créditos.
“O bacana sobre o Elvis é que, quando ele ia aos clubes, talvez gerasse mais interesse pelo lugar, talvez mais pessoas quisessem saber mais sobre o B.B. King, e isso foi uma expansão da arte negra naquela época", diz Kelvin Harrison Jr.
"Mas era uma época de segregação e, por isso, não tivemos o crédito que merecíamos”, afirmou Alton Mason ao Fantástico. Por outro lado, há quem defenda que a música de Elvis Presley é uma apropriação cultural, e que ele apenas recebeu os créditos por uma obra que não seria dele. A discussão já se arrasta por anos.
Austler Butler, um astro ascensão
A primeira aparição de Austin Buttler na televisão foi entre 2006 e 2007, em Hannah Montana. Ao longo da carreira, o astro voltou a ter destaque em outros projetos, como iCarly e Os Feiticeiros de Waverly Place, o que o consolidou na época como um astro teen.
Em 2009, o ator fez o primeiro filme, "Pequenos Invasores", e em 2014 interpretou o papel mais relevante da carreira até então, como o personagem Sebastian na série "The Carrie Diaries", derivada de "Sex and the City".
Apenas em 2019, Austin Butler começou a ganhar papéis em projetos mais conhecidos no cinema, como o longa "Era Uma Vez Em … Hollywood", de Quentin Tarantino. No filme, Austin interpreta Tex Watson, personagem inspirado em um dos seguidores reais de Charles Manson, responsável pelo famoso assassinato da atriz Sharon Tate. Foi com este papel que ele chamou atenção e foi cogitado para interpretar o "Rei do Rock".
E a concorrência não foi nada fácil. Além de Austin Butler, fizeram testes para Elvis os atores Miles Teller, Ansel Elgort, Aaron Taylor-Johnson e o cantor Harry Styles. Butler acabou ficando com o papel e tem conquistado elogios da críticas especializada.
Em entrevistas, o ator chegou a revelar que para se preparar para o filme ficou três anos sem ver a família e os amigos durante as gravações de "Elvis".
"Eu não vi minha família por três anos. Eu não vi nenhum dos meus amigos durante todo esse tempo. Então, foi como se eu tivesse separado uma parte da minha vida", disse ao E!.
Austin Butler afirma ter ficado obcecado por Elvis Presley durante a produção do longa. Tanto que isso até influenciou na saúde do ator. Após o encerramento das filmagens, ele sentiu muitas dores no corpo e foi levado às pressas para o hospital.
“No dia seguinte ao final das gravações, eu acordei às quatro da manhã com uma dor insuportável, e fui levado às pressas ao hospital. Meu corpo simplesmente começou a desligar assim que terminei de fazer ‘Elvis'", disse à GQ Magazine.
Com o filme estreando em diferentes partes do mundo, o esforço do astro tem sido notado. Ainda não chegaram as temporadas de premiação, mas Austin Butler saiu na frente na corrida para o Oscar, com elogios como "impecável" e "brilhante". Não é possível dizer quem vai levar o prêmio, mas uma coisa é certa, as chances do nome do astro estar na lista são grandes.
Curiosidades dos bastidores
O filme foi idealizado por Luhrmann inicialmente em 2014, enquanto o cineasta finalizava a série "The Get Down". Apenas seis anos depois, em 28 de janeiro de 2020, o filme começou a ser rodado, na Austrália. Mas, teve as filmagens interrompidas após o ator Tom Hanks contrair Covid-19, em março do mesmo ano. O filme só voltou a ser filmado depois que o astro melhorou e encerrou o isolamento. Em setembro de 2020 foi rodado o último take.
Para a preparação dos atores, o destaque fica para o próprio intérprete de Elvis Presley, o ator Austin Butler. O astro ensaiou por 1 ano para ter a voz "idêntica" à do "Rei do Rock". E o ator realmente canta no filme, pelo menos na fase mais jovem de Elvis Presley.
Aprovação da família
A família de Elvis Presley parece ter aprovado o longa. Logo após o filme estrear em Cannes, Lisa Marie Presley, filha do cantor, hoje com 54 anos, elogiou o filme em um post no Instagram. Ela definiu o longa como "nada menos do que espetacular."
Na mesma publicação, Lisa elogiou a atuação de Butler. Segundo a filha do "Rei do Rock", o ator "canalizou e encarnou lindamente o coração e a alma" do pai. Ela ainda aposta em uma possível indicação de Austler Butler ao Oscar de Melhor Ator pela interpretação.
Já sobre o diretor Luhrman, Lisa afirma que a partir do filme é possível "sentir puro amor, cuidado e respeito por meu pai ao longo deste belo filme, e é finalmente algo do qual eu e meus filhos podemos nos orgulhar para sempre".
Capitão Marvel Jr. x Elvis Presley
Para quem não sabe, Elvis era fã das histórias em quadrinho, em especial, do Capitão Marvel Jr., da DC Comics. O famoso penteado do astro foi, inclusive, inspirado no personagem.
Nomeado Freddy Freemans, o personagem usava poderes para impedir o mal. E não foi só o penteado que inspirou Elvis Presley. As tradicionais capas do "Rei do Rock" também foram inspiradas no Capitão Marvel Jr.
Uma grande coleção dos quadrinhos preferidos de Elvis ainda está na casa do astro, em Graceland, no Memphis. Ambas as referências aparecem também no longa, que chega às telonas brasileiras com grande expectativa de público e crítica.
Leia mais sobre Cinema em iBahia.com e siga o Portal no Google Notícias.
Veja também:
Nathalia Amorim
Nathalia Amorim
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!