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CINEMA

'Cine Holliúdy': diretor fala sobre sucesso estrondoso do filme

Cineasta cearense esteve em Salvador nesta segunda-feira (26), para divulgar o longa, com estreia marcada para o dia 30 de agosto

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27/08/2013 às 14:17 • Atualizada em 27/08/2022 às 5:48 - há XX semanas
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Halder Gomes falou sobre seu novo filme, com estreia em Salvador prevista para esta sexta-feira (30)
Nesta segunda-feira (26), o cineasta cearense Halder Gomes esteve em Salvador para divulgar seu novo filme, 'Cine Holliúdy'. Em uma coletiva de imprensa, acompanhado do cantor e humorista Falcão, que faz uma participação no longa, ele falou ao iBahia sobre o fenômeno de bilheterias no qual 'Cine Holliúdy' se tornou. Como bem definiu Gomes, quem faz cinema independente deve ser um conjunto de profissionais ao mesmo tempo: diretor, produtor executivo, roteirista, editor... Com o filme 'Cine Holliúdy', recorde de bilheterias no Ceará, não foi diferente. Além de ter pensado a história original, Halder produziu e dirigiu o longa, e ainda tomou para si a função de divulgador.
"Se você ouvir dois cearenses falando rapidamente, não vai entender nada (risos)"
A determinação surtiu efeito. Com apenas nove cópias, o filme arrecadou aproximadamente R$ 270 mil somente no fim de semana de estreia e levou mais de 2.293 espectadores às salas de cinema, ultrapassando os blockbusters 'Círculo de Fogo', 'Tropa de Elite 2' e 'Homem de Ferro 3'. E ainda foi alvo de comentários elogiosos de Fernando Meirelles, diretor de clássicos como 'Ensaio Sobre a Cegueira' e 'Cidade de Deus'. A estreia em Salvador está marcada para o dia 30 de agosto. Acompanhe abaixo a entrevista com Halder Gomes: iBahia - O filme tem o interior do Ceará, na década de 70, como cenário principal, que, inclusive, é o mesmo cenário da sua infância. Há algum resquício de autobiográfico na história?
Halder Gomes - Há várias coisas. Aquele universo é o universo em que vivi. O personagem Valdisnei é um pouco o meu alter-ego - aquele pivetinho a quem não restava nada a não ser sonhar. E ele representa essa metáfora do que é fazer cinema independente, onde somos ao mesmo tempo diretor, produtor, roteirista e várias outras coisas até que o filme chegue à tela.
iBahia - Alguém de sua família possui algum vínculo com o cinema?
Halder - Não, ninguém. Na verdade, eu gostava muito de artes marciais e o cinema que havia no interior, coincidentemente, tinha muitos filmes chineses. Para mim, aquilo era fascinante.
iBahia - Como foi gravar um filme em 'Cearencês' e legendado em português? De onde veio essa ideia?
Halder - Se você ouvir dois cearenses falando rapidamente, não vai entender nada (risos). É quase um dialeto, e digo isso não apenas pelas palavras, pela maneira de falar... Percebo que recebemos produtos de lá [Sudeste] onde tentam representar os nordestinos sem compreender a dimensão continental que é o Brasil e o Nordeste em si, com toda a sua diversidade cultural. E, às vezes, ouvimos personagens falando um sotaque que não nos pertence. Então o objetivo foi manter a veracidade da nossa forma de falar. E, desde o início, sabia que teria de colocar legenda. iBahia - O longa trata de uma realidade e de um período relativamente distantes. A história ainda teria essa capacidade de se comunicar com as novas gerações? Halder - O interior do Ceará atualmente está desfigurado por conta da transformação econômica. O interior deixou de ser interior. Mas a linguagem do filme também corresponde muito ao modo de falar do cearense dos dias de hoje. A intenção é também comunicar com o público jovem. Existem muitas expressões faladas pelos personagens inexistentes na década de 70. E isso parece estar surtindo efeito, pois estamos conseguindo atrair três gerações de espectadores aos cinemas. iBahia - Como se deu a escolha dos atores? Halder - Em 2004, Edmilson Filho era membro da minha academia de Taekwondo. Era um atleta determinado, já tinha sido campeão brasileiro várias vezes. Mas tinha um forte talento para a comédia, chegando a ganhar um show de humor que revelou artistas como Tom Cavalcante e Tiririca. Então escrevi o roteiro já o tendo como protagonista. Em relação aos personagens secundários, o processo foi outro. Alguns atores estavam em mente desde o início, mas sabia que teria de buscar os outros fora do Ceará, pois não conseguiria encontrar ali aquele perfil que eu queria.
"Comecei como dublê de luta, não tive uma formação em cinema. Aprendi cinema fazendo".
iBahia - Para além do recorde de bilheterias, você já está colhendo os frutos desses trabalho? O cineasta Fernando Meirelles, por exemplo, elogiou bastante... Halder - É muito gratificante para mim, porque minha história com o cinema não é convencional. Comecei como dublê de luta, não tive uma formação em cinema. Aprendi cinema fazendo. E por isso existia uma certa dificuldade por parte de algumas pessoas em aceitar a minha carreira; tudo o que eu fazia, mesmo sendo bem sucedido, sempre era alvo de algum questionamento. Agora, com os elogios de Fernando Meirelles, começam a olhar a minha história com mais respeito. Então, às vezes é necessário termos o lastro de um depoimento como esse para que olhem o nosso trabalho com maior seriedade. iBahia - E depois de 'Cine Holliúdy', tem algum novo projeto em mente? Halder - Tenho projeto de mais dois filmes com a Downtown. O primeiro já está definido, estamos, inclusive, trabalhando no roteiro; quanto ao outro, ainda irei apresentar argumentos para decidir como será realizado. Ambos terão a mesma pegada homorística, mas envolvendo ação. Tenho também um projeto autoral, que foge de tudo o que já fiz e tratará de um pintor no fim da vida. A coisa que mais gosto de fazer no mundo é pintar. Assista ao trailer do filme: [youtube 7allekyiCY8]

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