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| Motta diz que os erros não afetam seu livro |
Prestes a ser lançada oficialmente na 10ª Bienal do Livro da Bahia, a biografia do cineasta Glauber Rocha escrita por Nelson Motta tem gerado muita polêmica. Amigos do gênio baiano morto em 1981, questionaram a veracidade da narrativa de "A primavera do dragão", da Editora Objetiva.
De acordo com o site Terra Magazine, o poeta e historiador Fernando da Rocha Peres se irritou com os erros da obra. "Tenho a dizer que o livreco é feio, mal escrito, mentiroso e mais houvera adjetivos", escreveu à Objetiva. Entre outros problemas, Peres cita que no livro várias vezes é chamado de "Bananeira". Mas este é o apelido de outro Fernando, o jornalista Fernando Rocha. "A troca de nomes pelo senhor Nelson Motta revela a sua incapacidade de lidar com o gênero biográfico", conclui.
Em resposta às acusações, Nelson Motta informou que os erros apontados por contemporâneos de Glauber não interferem na narrativa do livro, mas admite alguns equívocos. "Gostaria de me desculpar por ter atribuído a um o apelido do outro, mas isso em nada afeta a narrativa em que o protagonista absoluto é outro Rocha: Glauber", dispara.
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O escritor João Carlos Teixeira Gomes, autor de "Glauber Rocha, esse vulcão" (Ed. Nova Fronteira), também emitiu opiniões negativas em relação a obra de Motta. "O livro está cheio de erros, falhas de informação, que tumultuam a leitura", explica. Para o biógrafo e amigo de Glauber, há "coisas absolutamente estranhas" em "A primavera do dragão". "Nunca soube que Caetano Veloso teve um caso de amor com Anecy (irmã do cineasta). E, se teve, isso é absolutamente irrelevante para a compreensão da vida de Glauber", avalia.
Ainda de acordo com o Terra Magazine, outros amigos do cineasta classificaram a biografia como "mentirosa", "folclórica", "falsa", "inverídica" e "ficcional". Para reparar os erros, a Editora Objetiva informou que irá reimprimir o livro de Nelson Motta com as devidas correções do autor até o dia 15 de novembro. No entanto, os livros que já estão à venda não serão tirados de circulação.
