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CAETANO 80 ANOS

Irmãos falam sobre relação com Caetano Veloso e importância de Dona Canô para ‘veia artística’ da família 

Baiana de Santo Amaro teve influência direta na introdução da arte na vida dos filhos

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Cláudia Callado

01/08/2022 às 7:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:55 - há XX semanas
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					Irmãos falam sobre relação com Caetano Veloso e importância de Dona Canô para ‘veia artística’ da família 
Foto: Divulgação

Quando Caetano Veloso escreveu o verso “Quem não rezou a novena de Dona Canô”, da música Reconvexo, ele a colocou como um símbolo da cultura brasileira, assim como Bobô - e a elegância sutil - e o "mendigo" Joãozinho Beija-Flor. Mas além de ser um símbolo de Santo Amaro, cidade do Recôncavo baiano, Dona Canô é a matriarca de uma família cheia de talentos.

Mãe de Caetano Veloso, Maria Bethânia e de outros cinco filhos, a baiana de Santo Amaro teve influência direta na introdução da arte na vida dos filhos. Segundo dois dos irmãos de Caetano e Bethânia, Rodrigo e Mabel Velloso, a mãe cantava lindamente.

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“Era um espetáculo”, relembra Rodrigo, que tem 87 anos e segue morando na cidade do Recôncavo, onde já foi secretário de Cultura. Mabel também se inseriu na arte, mas através da poesia. Escritora e poeta, ela lembra que os Vellosos cresceram ouvindo “minha mãe cantar e meu pai declamar poesia”.


				
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“Meu pai ninava todos nós dizendo poemas, carregava a gente dizendo poesias e crescemos assim. Caetano desde pequeno gostava de dizer poemas. Ele me pedia para ler para ele. Rodrigo dava livros e ajudou muito", conta a escritora, que tem 88 anos, oito a mais do que o irmão famoso.

Além do talento, outra coisa que a família Velloso tinha, e segue tendo, é amor. Em conversa com o iBahia, Rodrigo e Mabel repetiram diversas vezes como nunca faltou carinho entre os pais e os irmãos.

“Minha mãe e meu pai ensinaram a gente uma coisa importante: família é fundamental".

Rodrigo Velloso, irmão de Caetano

"Somos muito ligados, todos. Não tem o que falar mal de nenhum de nós”, garante Rodrigo. Ele segue morando em Santo Amaro, na mesma casa em que cresceu.

Mabel, assim como Caetano, já deixou a cidade, mas segue com amor pelo lugar, o que, segundo ela, foi passado pelos pais. “A gente saiu de Santo Amaro, mas ela não saiu da gente”, resume.

Famosos

A fama de Caetano e Bethânia trouxe também os holofotes para a família. Dona Canô se tornou figura ilustre, apesar de não saber explicar o por quê. “Apenas fiquei conhecida por causa de meus dois filhos que nunca se esqueceram de onde vieram, nem da mãe que têm”, disse ela em entrevista à imprensa quando questionada sobre a fama.

A consideração de Caetano pela mãe, pela cidade, pela infância é destacada pelos irmãos, que afirmam que o tropicalista sempre “deu muita alegria”. “Caetano sempre foi muito querido, todos nós temos muito amor por ele. Depois da música, da correria, a vida mudou muito, ficamos muito saudosos. Mas ele sempre vem visitar”, garante Mabel.


				
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“Caetano tem uma vida muito corrida, viajando, mas quando ele pode, ele vem. Ver a gente, almoça, vida normal. Sou apaixonado por meu irmão. Por todos eles”, reforça Rodrigo.

Nova geração

O talento para a arte não parou nos filhos de Dona Canô e seu Zezinho. A nova geração, filhos dos filhos do casal, também seguiu o caminho da música.

Os três filhos de Caetano, Moreno, Zeca e Tom, são músicos e se apresentam ao lado do pai no show Ofertório. Belô Velloso, filha de Mabel e sobrinha do cantor, também tem a música como vocação. Ela, inclusive, prepara um show, ao lado da tia Irene Velloso e do primo Jota Veloso, em homenagem aos 80 anos do tio.

"Acabei vendo que canto pouco Caetano, acho que devia cantar mais vezes ele. São canções que escuto tanto, que estão sempre no meu imaginário e na hora de fazer o repertório eu me pergunto: nunca cantei por quê?", analisou.

Ao falar de Caetano, Belô não esconde ser fã tanto da versão tio quanto da versão artista. Ela começa dizendo que os dois têm muito em comum, inclusive o signo. “Somos leoninos em uma família de aquarianos”, ressalta.

A cantora define o tio como “sol”. Segundo ela, a família orbita em torno dele, uma vez que depois que Dona Canô morreu, em 2012, aos 105 anos, as reuniões familiares passaram a ser em torno de Caetano, na casa dele.
“Ele sempre traz luz e alegria. Ele reúne a família, a gente fica meio que orbitando naquele universo dele”, explicou.

Para Belô, estar na presença do tio é sempre especial. Esses encontros se tornaram escassos por causa da pandemia, e como Caetano não é muito ligado em redes sociais, restaram algumas trocas de e-mail. “Deu uma saudade danada”, relembra.

“Admiro a pessoa dele, gosto da presença do meu tio. Eu gosto e admiro ele pelos dois lados. Ele está sempre me deixando mais feliz, seja como uma fã ou como sobrinha”, completa.

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