Com seus 80 anos recém-completados no último domingo, Caetano Veloso é um artista que não só segue produzindo, como também está na boca de jovens e populares cantores.
Em seu último álbum, Emicida convidou Zeca Pagodinho para cantar com ele uma faixa que diz “Ser mano igual a Gil e Caetano”. Já Johnny Hooker tem entre suas músicas mais tocadas um hit chamado justamente “Caetano Veloso”.
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Tal entrada no mundo popular do século 21 teria tido início em um importante ponto de virada de sua carreira, quando ele lançou a trilogia de discos com a bandaCê (escreve-se junto mesmo), entre 2005 e 2015.
É o que sustentam os autores e pesquisadores Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes no livro “Lado C — A trajetória musical de Caetano Veloso até a reinvenção com a bandaCê” (Máquina de Livros, R$ 62,90), que tem sua noite de lançamento nesta quinta, dia 11, às 19h, na Livraria da Travessa de Ipanema (R. Visconde de Pirajá 578), no Rio de Janeiro.
— A bandaCê ajudou principalmente a rejuvenescer o público dele. Isso é muito nítido nas pesquisas. Antes, Caetano vinha de uma fase em que tocava com o Jaques Morelembaum (arranjador e maestro), em shows enormes com orquestra. Cantava de terno, estava muito consolidado como medalhão da MPB. Com a Cê, ele mudou totalmente a imagem e foi tocar em lugares como o Circo Voador — explica Tito.
O período com a banda rendeu ao artista os discos “Cê”, “Zii e Zie” e “Abraçaço”. Na obra, os pesquisadores trazem ainda depoimentos de figuras importantes. Uma delas é Márcio Victor, vocalista do Psirico, que já foi percussionista da banda de Caetano, substituindo Carlinhos Brown na ocasião.
— Caetano começava o show da turnê de “Zii e Zie” com uma música do Psirico. Márcio disse que aquilo foi uma chancela para ele. O Psirico tocava nos seus shows e achavam que a canção era do Caetano mesmo — destaca Luiz Felipe.
Depois do período contemplado no livro, Caetano continuou a se conectar com o popular e com as gerações mais jovens. Em seu apartamento, costuma promover encontros com artistas e outras personalidades. No mais recente, estavam, por exemplo, Juliette, Alanis Guillen e Ana Carolina.
— É engraçado porque são figuras que você não imagina que tenham a ver entre si. Caetano é muito preocupado com o Brasil, não só com a música brasileira. Está sempre curioso. Tem interesse em conversar tanto com o Hermano Vianna (antropólogo e pesquisador musical) como com Juliette e Gloria Groove — conclui Tito.
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Agência O Globo
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