Os pontos acordados até agora pelos negociadores internacionais na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) ampliam a responsabilidade sobre a implementação do desenvolvimento sustentável no mundo. No documento preliminar consolidado na noite deste sábado (16), as delegações reconheceram que as metas esperadas da conferência dependem de uma parceria ampla. A proposta é assegurar que setor privado e a sociedade civil tenham maior participação nas decisões globais, ressaltando os papéis dos trabalhadores, das mulheres, das empresas e de organizações não governamentais. Especialistas lembram que, há vinte anos, na Rio92, os governos eram apontados como os grandes responsáveis pela indução de uma mudança de padrões de desenvolvimento. Os negociadores defenderam, com clareza, modelos que integram setores públicos e privados, por exemplo. “A implementação do desenvolvimento sustentável dependerá do envolvimento ativo de ambos os setores”, destaca o documento. Além de apontar as parcerias público-privadas como ferramentas para essa integração, os negociadores defendem a criação de mecanismos para alavancar o novo padrão no comércio e indústria. “Nós encorajamos práticas empresariais responsáveis, tais como as promovidas pelo Pacto Global da ONU”. No aspecto ambiental, o documento preliminar reconhece, por exemplo, que os agricultores “podem trazer importantes contribuições para o desenvolvimento sustentável por meio de atividades de produção que sejam ambientalmente corretas”. A aposta é que a atividade, conduzida de forma sustentável, aumente a segurança alimentar, garanta o crescimento econômico e a subsistência das populações mais pobres em todas as partes do mundo. O texto também revela a disposição dos mais de 190 países que participam da Rio+20 em estimular a participação específica de mulheres, dos jovens e das comunidades indígenas nesse debate. Além disso, os negociadores concordam que a contribuição da comunidade científica e tecnológica é fundamental para a implementação das metas do desenvolvimento sustentável. “Estamos empenhados em trabalhar e promover a colaboração entre a comunidade acadêmica, científica e tecnológica, em particular nos países em desenvolvimento”, ressalta a proposta preliminar. A expectativa é reduzir a diferença tecnológica que separa países desenvolvidos das nações em desenvolvimento, recorrendo, inclusive às cooperações internacionais, com transferência de conhecimentos.
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