O Ministério Público do Rio e a Auditoria Militar denunciaram por crime militar quatro policiais militares envolvidos no desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Os policiais são suspeitos de corrupção ativa de duas testemunhas na investigação do caso. De acordo com a denúncia, os policiais teriam pago propina para que as testemunhas acusassem o traficante Thiago da Silva Neris, conhecido como Catatau, pela morte de Amarildo. O major Edson Raimundo dos Santos, ex-comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, está entre os suspeitos. Segundo a promotoria, além de fraldas descartáveis, os PMs teriam pago R$ 850 e R$ 500 para duas moradoras mentirem na investigação. Durante a investigação, porém, as testemunhas admitiram à promotoria que receberam dinheiro dos policiais. O Ministério Público informou ainda que uma das testemunhas está desaparecida desde agosto. A filha dela registrou a ocorrência na Delegacia de Homicídios do Rio. A promotoria pediu as prisões do major Edson Santos e do tenente Luiz Felipe de Medeiros, na época comandante e subcomandante da UPP, respectivamente. Ambos já estão detidos cautelarmente. Foram denunciados pelo mesmo crime também os soldados Newland de Oliveira e Silva Junior e Bruno Medeiros Athanasio. Além disso, um novo laudo pericial de exame de voz concluiu que a voz que se fez passar pelo traficante Catatau ,assumindo a autoria da morte de Amarildo, é do policial militar Marlon Campos Reis, réu no processo criminal do caso. As informações são do Jornal Folha de São Paulo.
Relembre o caso
O ajudante de pedreiro Amarildo de Souza desapareceu em 14 de julho de 2013, após ter sido detido por policiais militares na porta de sua casa, na favela da Rocinha, e levado à UPP da favela. Ele teria sido submetido à tortura e morrido na unidade policial. O corpo do pedreiro nunca foi encontrado. O inquérito da PM aponta que os policiais envolvidos cometeram crimes passívies de punição pela Justiça Comum, e não devem responder pelos mesmos crimes na Justiça Militar. De acordo com o documento, todos os policiais militares tiveram participações nos crimes, o que inclui o major Edson dos Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha.Veja também:
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